A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos EUA afirmou na segunda-feira (01/12) que irá aumentar a quantidade de etanol que poderá ser misturada aos combustíveis comuns para 15%, caso testes mostrem que a mistura não danifica os veículos.
A mistura máxima de etanol atualmente é de 10%, com exceção para o combustível usado em carros especialmente equipados para controlar misturas mais altas. A agência disse que é provável que aprove o aumento para 15% no próximo verão, talvez apenas para uso em carros fabricados de 2001 em diante.
Isto aumenta a possibilidade de que os postos de gasolina tenham que disponibilizar diferentes misturas de combustível em suas bombas e que os motoristas com carros mais velhos terão que ter mais cuidado com a mistura que compram.
A EPA responde a uma petição de fabricantes de etanol que reclamaram que a menos que um nível de mistura mais alto seja aprovado, dentro de dois anos eles não terão um mercado grande o bastante para absorver sua produção.
Uma coalizão de ambientalistas, refinadoras de petróleo, representantes da indústria de supermercados e fabricantes de equipamentos de energia prometeu combater a mudança e a indústria automobilística também expressou preocupação.
Em uma carta à associação de comércio de etanol que entrou com o pedido de uma mistura mais alta em março, a Growth Energy, a EPA afirmou que "nossa avaliação de engenharia até hoje indica que o combustível, máquinas e controles de emissões mais robustos em veículos mais novos provavelmente poderá acomodar misturas de etanol mais altas, como a E15".
A decisão obteve opiniões diferentes de diversos setores. Na Growth Energy, Wesley K. Clark, general aposentado e o co-presidente da organização, disse que a resposta é "basicamente positiva" e dá um sinal à sua indústria para investir em mais plantas, incluindo algumas plantas avançadas que fariam etanol de espigas de milho, lascas de madeira e outras fontes não alimentares.
A associação comercial dos fabricantes de automóveis elogiou a decisão da EPA de esperar por mais dados, mas expressou preocupações a respeito da ideia de que postos de gasolina começariam a vender combustível que poderia ser bom para carros mais jovens e ruim para os mais antigos.
Kris Kiser, vice-presidente executivo do Instituto de Equipamentos de Energia ao Ar Livre, disse que misturas de etanol altas travam a embreagem e fazem as correias funcionarem quando o usuário acredita estar em ponto morto, e que tais misturas podem causar vazamentos e incêndios em equipamentos transportados no interior do veículo ou no porta-malas.
A Associação Nacional de Petroquímicos e Refinadores disse que alguns de seus membros já foram processados pelos danos causados pelos 10% de etanol.
(The New York Times / Último Segundo, 02/12/2009)