O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) ofereceu denúncia à Justiça Federal contra a servidora do Ibama Marina de Fátima Piau Ferreira, que ficou conhecida nacionalmente pelo desvio de cerca de R$ 1,2 milhão. O dinheiro da autarquia ambiental foi usado até mesmo para tratamentos estéticos em uma clínica de Goiânia.
Coordenadora do Setor Financeiro do Ibama, Marina é apontada pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A pena pode chegar até 12 anos de prisão. Os desvios foram realizados de 1998 a 2007. Para tanto, utilizou-se de parentes, prestadores de serviço e “laranjas”.
Dentre os gastos de Marina com dinheiro público, destacam-se o uso de mais de R$ 50 mil em tratamentos estéticos e mais de R$ 40 mil em tratamentos odontológicos. O genro da denunciada recebeu R$ 87 mil. Das contas bancárias de “laranjas” utilizadas no esquema, foi a do porteiro do prédio onde Marina morava que recebeu a maior quantia, R$ 334 mil.
Em depoimento à Polícia Federal, o superintendente do Ibama em Goiás, Ary Soares dos Santos, explica como foi possível a servidora realizar o desvio milionário: “Marina se valia de processo administrativo remetido ao seu setor depois de seguir todos o trâmite exigido pela Lei de Licitações e fraudava o sistema criando documentos para desviar recursos do órgão e depositando-os em contas correntes de terceiros”.
No entanto, isso só foi possível por uma falha existente no próprio Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), como explicou Marina para a polícia. “Quando manuseava o Siafi, destinando recursos para pagamento de despesas do Ibama, confundi-me e ao invés de informar corretamente o nome e o CNPJ do credor, troquei por outra pessoa. Percebi que o sistema aceitava a informação errônea e a partir daí, ocasionalmente, para efetuar algumas despesas minhas, usei esse estratagema para obter recursos”, relata.
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(Ascom MPF/GO / Procuradoria Geral da República, 01/12/2009)