Paul McCartney e Rajendra Pachauri convidam prefeitos e outros políticos para atacarem o excessivo consumo de carne nos países ocidentais. Em uma carta, apontam a relação entre a carne e as mudanças climáticas e sugerem que os governos tomem iniciativas para despertar a consciência sobre o problema em seus cidadãos. O ex-Beatle e o presidente do IPCC também discursarão no Parlamento Europeu em um encontro chamado “Menos Carne = Menos Calor”, no dia 3 de dezembro.
Na carta, McCartney e Pachauri apontam o setor pecuário como responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa. Consequentemente, uma das armas mais poderosas contra as mudanças climáticas bem pode ser… nosso garfo. Porém, McCartney e Pachauri também afirmam que esforços individuais, conquanto importantes, são limitados, e que ‘é também responsabilidade dos governos e das indústrias assegurarem que alternativas sustentáveis como produtos vegetais sejam amplamente disponíveis e acessíveis’.
Eles listam algumas iniciativas que os governos podem tomar, como as campanhas por um dia sem carne de Ghent e Hasselt (na Bélgica) e as campanhas Segunda sem Carne de São Paulo (Brasil), do Reino Unido e dos Estados Unidos.
No dia 3 de dezembro, McCartney e Pachauri falarão no Parlamento Europeu sobre o tema ‘Menos Carne = Menos Calor’. Quatro dias antes da Conferência sobre o Clima das Nações Unidas em Copenhagen, o evento reflete uma percepção de que as mudanças climáticas precisam ser atacadas em todos os níveis – sobretudo individual, mas também local, regional e nacional na Europa e em todo o mundo.
De acordo com a FAO, a pecuária está entre as três principais causas de qualquer problema ambiental significativo, incluindo a degradação da terra, mudanças climáticas e poluição do ar, escassez e contaminação de água e perda de biodiversidade. 1 Comer menos carne (e outros produtos de origem animal) não apenas é saudável para nosso planeta, também é para nosso corpo. Um estudo da OMS mostrou que um decréscimo em gordura saturada de apenas um por cento resultaria em cerca de 13.000 óbitos a menos por doenças cardiovasculares na Europa por ano. 2 E na semana passada, um novo estudo da Lancet indica que uma redução na produção pecuária de 30% pode diminuir o número de mortes prematuras por doenças cardíacas em 17,3%.
(ANDA, 01/12/2009)