A preservação da Orla do Guaíba foi um dos pontos mais polêmicos durante as votações
A reforma do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre foi aprovada na noite dessa segunda-feira sem contentar a todos. De acordo com o presidente do Instituto Econsciência, Felipe Viana, 90% das propostas apresentadas pelo Fórum das Entidades foram desconsideradas na votação. Esse fato, na opinião dele, faz com que permaneçam abertas as "porteiras" para as urbanizações desregradas. "Os moradores do Extremo Sul reivindicam emprego e renda e não a urbanização precoce da região", observou. De acordo com o ambientalista, um estudo feito em 2004 apontou a existência de 90 loteamentos irregulares na área.
Na opinião de Eduíno de Mattos, da coordenação do Movimento em Defesa da Orla do Guaíba, o novo Plano Diretor considerou os interesses da especulação imobiliária. Mattos, contudo, admite que há avanços como a proibição de atividades que descaracterizem ou prejudiquem a margem do Guaíba. "Foi acertada a delimitação de uma faixa mínima de 60 metros de preservação da orla, entre a Usina do Gasômetro e o bairro Lami, na divisa com Viamão", adiantou.
Outro ponto positivo é a obrigatoriedade da Área Livre Vegetável/Permeável. O capítulo do plano estabelece que qualquer empreendimento deverá reservar de 7% a 20% dos terrenos para o plantio de árvores e a implantação de jardins.
(Correio do Povo, 02/12/2009)