Os líderes ibero-americanos, reunidos no Estoril, assumiram, nesta terça-feira (01/12), o compromisso de cooperar para obter um acordo "amplo, ambicioso e equilibrado" na Conferência do Clima, em Copenhague, e insistiram em que esse texto deve garantir apoios financeiros para países em desenvolvimento.
"Os esforços de mitigação e de adaptação dos países em desenvolvimento aos efeitos negativos das alterações climáticas devem ser apoiados por fluxos financeiros internacionais novos, adicionais, suficientes e previsíveis, apelando aos países desenvolvidos para apresentarem propostas nesse âmbito", afirma uma declaração conjunta ibero-americana.
"Os países ibero-americanos consideram ser imprescindível reforçar o apoio financeiro e tecnológico dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, no âmbito das alterações climáticas", ressaltou.
A posição ibero-americana está refletida em um comunicado especial aprovado na cúpula, que terminou nesta terça-feira, no Estoril, onde os responsáveis dos 22 países de língua espanhola e portuguesa reiteraram o compromisso no combate às mudanças climáticas.
"A luta contra as alterações climáticas é um imperativo que deve ser totalmente compatível com o crescimento econômico sustentável e a luta contra a pobreza, devendo responder adequadamente às necessidades de adaptação, em particular dos países em desenvolvimento mais vulneráveis", afirma o comunicado.
Transferência de tecnologia
Destacando o princípio das "responsabilidades comuns, ainda que diferenciadas, e respectivas capacidades", os países ibero-americanos consideram que qualquer acordo que sair de Copenhague "deve refletir e equilibrar de forma adequada os pilares de mitigação, adaptação, financiamento e transferência de tecnologia".
Entre as várias iniciativas ambientais e climáticas debatidas na reunião, o comunicado conjunto destaca, entre outras, a proposta da Bolívia para criar um Tribunal Internacional da Justiça Climática e a iniciativa peruana que visa estabelecer um fundo para o reflorestamento.
Os países decidiram, ainda, "promover e incentivar a utilização de energia produzida com base em fontes renováveis".
Outro comunicado especial "saúda a iniciativa Yasuní-ITT, promovida pelo Equador, que deixará de retirar 846 milhões de barris de petróleo no subsolo do parque de Yasuní, "evitando, assim, a emissão de 407 milhões de toneladas métricas de carbono na atmosfera, que se produziriam pela queima desses combustíveis fósseis". A Conferência do Clima começa em 7 de dezembro, em Copenhague.
(Lusa / UOL, 01/12/2009)