As 59 famílias que vivem na Prainha de Paquetá, em Canoas, completaram ontem 16 dias ilhadas, sem acesso ao bairro mais próximo, Mato Grande. A única estrada vicinal que liga a comunidade de pescadores à cidade está submersa pelas águas do Rio dos Sinos. "Tenho 1,80 metro e a água bate na metade da minha coxa", descreveu o presidente da Associação dos Moradores e Pescadores da Prainha, Paulo Denilto Ribeiro, ao tentar atravessar a via a pé.
Os cerca de 300 moradores se locomovem só com barcos a remo. O coordenador da Defesa Civil de Canoas, Mauro Guedes, afirmou que esta é a quinta vez que o local fica inundado desde julho. "O máximo que o nível do Sinos chegou foi 3,5 metros, em 8 de setembro, quando a comunidade ficou isolada por dez dias. O rio baixou para 3,15 metros, mas nunca os moradores passaram tanto tempo ilhados", avaliou.
A prainha está localizada no encontro dos rios do Sinos e Jacuí. A área é de banhado e represa a água com facilidade por causa do lixo acumulado. Do total de moradores, 80 são estudantes, que já perderam duas semanas de aulas. Segundo Guedes, o auxílio está sendo feito por lancha. Na semana passada, a Defesa Civil local distribuiu roupas, alimentos e material de higiene e limpeza às famílias. Hoje, segundo Guedes, nova remessa de cestas básicas será entregue, e a comunidade também receberá a visita de médicos e enfermeiros da prefeitura.
Na Capital, a Defesa Civil monitora o nível do Guaíba, que ontem à tarde media 1,90 metro. Mas os moradores das ilhas Grande dos Marinheiros, Flores e Pavão estão com água na porta das casas. Na ilha Mauá, uma casa desabou.
(Correio do Povo, 01/12/2009)