(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
rio dos sinos poluição em rios
2009-11-30

Em meio a todos estes temporais e enchentes, fica a dúvida da consequência que as cheias trazem para o Rio dos Sinos. Se para a população os efeitos são sem dúvida desastrosos, com desabrigados e perdas com as enchentes, para o rio as cheias trazem momentos distintos. O primeiro é um problema: a poluição dos arroios da região que despejam suas águas no Sinos trazem muito lixo. Mas há um segundo momento que é benigno: as enchentes favorecem uma posterior melhor oxigenação da água e até a reprodução dos peixes.

Segundo o doutor em geologia ambiental e professor de gerenciamento ambiental da Feevale, Roberto Naime, "o Rio dos Sinos, quando baixa, parece uma borracharia.’’ As enxurradas aumentam consideravelmente o lixo no Sinos, mas é difícil precisar em quantidade. Em relação à qualidade da água, com as enchentes, a carga poluidora em um primeiro momento aumenta, mas depois há uma melhora. "Se chovesse amanhã (neste sábado), a água do Rio dos Sinos ficaria bastante poluída e levaria novamente quatro a cinco dias para que ocorresse uma melhora da qualidade".

Medidas - Para evitar a degradação do Sinos são necessárias mudanças de hábito e políticas públicas eficazes, segundo Naime. "É preciso que grandes quantidades de lixo tenham um destino final adequado. Quando o lixo não é depositado em locais adequados, é carregado pelas águas da chuva e levado para dentro do rio".

Segundo o professor da Feevale, se medidas não forem tomadas de forma urgente para diminuir a poluição, a comunidade poderá novamente ter um incidente como o ocorrido em outubro de 2006, quando mais de 80 toneladas de peixe morreram no Sinos. "É um fato que gostaríamos que não ocorresse mais, mas pode, infelizmente, voltar a ocorrer".

Segundo Naime, que também é professor de resíduos sólidos e impacto ambiental na Feevale e orientador do curso de mestrado Qualidade Ambiental, diz que "existe hoje um comportamento de instabilidade aliado ao excesso de evapotranspiração (evaporação/transpiração e formação de nuvens) que acabam gerando verdadeiros rios voadores que é a transferência de grande massa de umidade de uma região para outra e que favorece estas instabilizações de grande porte a que temos assistido", opina.

Fepam e Martim Pescador atestam que oxigenação é boa
Para a bióloga do Instituto Martim Pescador, Rosimeri Weis, com as enxurradas, em um primeiro momento, o rio recebe toda carga poluidora dos arroios da região. "Ocorre uma limpeza dos arroios, mas também um novo povoamento de espécies. O rio, no início deste processo é impactado, mas passados alguns dias, num segundo momento, ocorre uma boa oxigenação favorecendo as espécies". A bióloga diz que após, a mortandade de 2006, existe novamente uma grande quantidade de peixes no rio. Ela cita especialmente o dourado, o lambari e branca. "É um rio muito rico e isso nos dá esperança para continuar o nosso trabalho".

Por meio da assessoria de imprensa, a Fepam, também considera a oxigenação do Rio dos Sinos boa, explicando que quanto mais cheio, maior é a oxigenação. A Fepam, no entanto, não aconselha que pessoas se banhem no Rio dos Sinos por ser poluído. Na sexta-feira, novamente era possível ver pessoas tomando banho em diferentes locais do Sinos.

Seminário deve avaliar as condições do Sinos
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e a Fepam promovem, em parceria com a Fiergs, Grupo Sinos e Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio dos Sinos (Comitesinos), um seminário para avaliar as condições do Rio dos Sinos, passados três anos de um dos maiores desastres ambientais da história do País.

O seminário está agendado para o próximo dia 9, das 9h30 às 18 horas no Plenário Mercosul da Fiergs. A proposta partiu da Sema e, segundo o titular da pasta, Berfran Rosado, a ideia é iniciar uma mobilização para envolver toda a comunidade nas ações de proteção à bacia.

O objetivo é fazer um balanço das ações e medidas adotadas para melhorar a qualidade das águas do Rio dos Sinos, depois da mortandade de mais de 80 toneladas de peixes ocorrida em outubro de 2006. A expectativa do Comitesinos é de que, uma vez comprovado que houve avanços ambientais na Bacia do Sinos, a Sema e a Fepam possam definir se existe a possibilidade de o Estado voltar a licenciar, no Vale do Sinos, empreendimentos de médio e alto potencial poluidor hídrico, o que envolve, por exemplo, a instalação de empresas e até implantação de loteamentos nos municípios da região. A proibição de novos licenciamentos ambientais na Bacia do Rio dos Sinos foi definida pela Portaria 74, publicada em 2007 pela Fepam, que foi recentemente reeditada por meio da Portaria 56, de outubro de 2009.

Além de representantes dos 32 municípios da Bacia do Rio dos Sinos, o encontro também contará com a participação de integrantes da Famurs, do Ministério Público Estadual, do Ministério das Cidades, entre outras entidades.

Moradores observam que o rio está cheio de peixes
O presidente da Associação dos Pescadores Profissionais de Sapucaia do Sul, Joaquim Manoel Bitencurt, diz que a categoria está apreensiva com a poluição do rio, mas acredita que até fevereiro – quando ternmina a época da piracema – o Sinos esteja em boas condições para os pescadores. " O Sinos é um santuário de peixes. Ele já esteve em coma, mas agora está se recuperando", diz ele, que na terça-feira pretende se reunir com o prefeito Vilmar Ballin para tratar de questões sobre o rio.

"Apesar do que fizeram com o rio, ele é uma riqueza só. Há muito peixe nele", diz Ademar Telles, 67 anos, que desde os cinco mora nas margens do rio no bairro São Miguel. "Agora que é a época da piracema vejo muitos peixes subindo o rio para a desova. Tem jundiá, traíra, piava, dourado e até tilápia. Acredito que com a forte chuva algum açude deve ter estourado e a tilápia parado no Sinos’’, comenta. "Em fevereiro, se o rio não estiver baixo, será uma maravilha’’, diz ele, que pesca para o seu consumo. "Se o Sinos está baixo, o peixe fica poluído. Só como o peixe quando o rio está alto".

(Por Adriana Tauchert, Jornal VS, 30/11/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -