O mercado aguarda com expectativa o leilão de energia eólica, que acontecerá no dia 14 de dezembro. Ainda que não tenha sido definido o volume total de aquisição pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a possibilidade é de que sejam contratados cerca de 2 mil MWh - os projetos habilitados atingem 13 mil MWh. Só no RS, foram inscritas 86 propostas, com capacidade de geração de 2.894MW. Para o vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Energia Eólica (Abeeolica), Afonso Aguilar, a grande preocupação do setor é com o preço máximo de RS 189,00 MWh.
"O valor pode afastar investidores, pois além de ficar abaixo das previsões, o que reduz rentabilidade, não há prazo mínimo de fornecimento no contrato", afirmou. Segundo o dirigente, até mesmo o
Uruguai, com potencial energético menor, tem política de médio prazo. "Há garantia de compra por cinco anos, no mínimo, além de financiamento para os projetos." Aguilar lembrou ainda que o setor espera uma sinalização mais forte por parte do governo federal, demonstrando interesse no uso de energias renováveis. A luta, afirma ele, é para que seja definida a compra anual de pelo menos 1 mil MW nos próximos 10 anos.
No Rio Grande do Sul, outra preocupação é com os custos de licenciamento dos projetos de novos parques eólicos. "Não temos restrição quanto às regras da Fepam, que são claras e corretas, mas a elevação dos custos, e ainda de forma retroativa a 1º de janeiro de 2009, vai penalizar os prováveis investidores."
Aguilar explicou que o problema está em pagar valor ainda maior, mesmo antes de ter certeza de haver implementação do projeto. "O que reivindicamos é que os custos sejam cobrados, até com valores mais altos, mas no momento do licenciamento para operação e não para licença prévia." Segundo ele, no Nordeste os preços são até quatro vezes menores que no RS.
(Correio do Povo, 29/11/2009)