Acusado de matar a missionária Dorothy Stang, o pistoleiro Rayfran das Neves, o "Fogoió", será submetido pela terceira vez a júri popular.
O julgamento foi marcado para o dia 10 de dezembro no Fórum Criminal de Belém. A religiosa americana naturalizada brasileira foi morta com seis tiros em 12 de fevereiro de 2005 em Anapu, no Pará.
Em um primeiro júri, em 2005, Rayfran foi condenado a 27 anos de prisão. Em outro julgamento, em 2007, negou ter sido contratado e afirmou que havia sido ameaçado pela religiosa, mas não conseguiu alteração da pena.
A mudança levou à absolvição do suposto mandante Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida". A absolvição foi anulada pela Justiça em abril deste ano. Bida, que aguarda em liberdade, recorreu.
Em vez de entrar com recurso, Rayfran solicitou o terceiro julgamento. Segundo sua defesa, o pistoleiro "já se encontra há quatro anos preso e tem direitos, como remissão de pena".
O caso teve outros três envolvidos. Amair Feijoli da Cunha, intermediário, cumpre pena de 18 anos de prisão. Clodoaldo Batista, que teria acompanhado Rayfran no crime, cumpre 17 anos. O fazendeiro Regivaldo Galvão, o "Taradão", outro suposto mandante, ainda não foi a júri e está em liberdade.
(Por Fernando Odilla, Folha de S.Paulo, 28/11/2009)