O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo de Boer, mostrou nesta quinta-feira (26/11) sua satisfação com os planos de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) dos Estados Unidos e da China - os dois países mais poluentes - e afirmou que suas propostas podem eliminar os últimos obstáculos para um acordo em Copenhague.
O governo chinês anunciou nesta quinta-feira que se comprometerá a reduzir entre 40% e 45% a intensidade energética (emissão de CO2 por unidade de PIB) em 2020 em relação aos níveis de 2005, o dobro do proposto até agora.
Já a Casa Branca comunicou ontem que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, oferecerá, durante a próxima cúpula sobre mudança climática, em Copenhague, reduzir as emissões poluentes de seu país em 17%, frente aos níveis de 2005.
"O compromisso dos EUA com objetivos específicos de redução, a médio prazo, e o compromisso da China com uma ação específica de eficiência energética podem desbloquear as duas últimas portas para alcançar um acordo amplo", afirmou De Boer, em comunicado enviado pela sede da ONU em Bonn (Alemanha).
Falta 'ambição' e financiamento - De Boer afirmou, no entanto, que continua sendo necessária a "ambição e a liderança" para que a cúpula que será realizada de 7 a 18 de dezembro na capital dinamarquesa permita um acordo internacional de redução de emissões poluentes.
Esse novo texto deve substituir o Protocolo de Kyoto após este expirar, em 2012. "Em particular, esperamos ainda clareza por parte dos países industrializados sobre o financiamento em grande escala para que os países em vias de desenvolvimento possam adotar ações climáticas imediatas e a longo prazo", disse.
A tensão nas negociações entre as partes reduziu as expectativas da ONU de que a cúpula em Copenhague conclua com um tratado vinculativo, e agora se defende que alcance um acordo político, que permita desenvolver o convênio nos primeiros meses de 2010.
(Folha Online / AmbienteBrasil , 27/11/2009)