Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, Imaflora, avaliou o consumo de madeira amazônica em Piracicaba (SP).
No ano passado foram consumidos 11 mil m3 de madeira amazônica serrada em Piracicaba, o equivalente a 6,6 mil árvores. Desse total, 16% foi consumido por construtoras, 15% por indústrias de produtos de madeira e o 68% foi comprado diretamente pelo consumidor final. O consumo menor coube às marcenarias, 0,9%.
A maior parte, correspondente ao produto comprado pelo consumidor final, foi adquirido em serrarias ou intermediários na Amazônia, sendo a maioria originária do Mato Grosso.
Com estas informações, o Instituo destaca a importância da conscientização do consumidor sobre a procedência desse material. O consumidor final pode contribuir fortemente para diminuição da extração e comercialização de madeira ilegal, segundo o Engenheiro florestal Leonardo Martins Sobral, da área de certificação florestal do Imaflora.
“O consumidor conscientizado ao exigir a origem legal e sustentável dos produtos florestais (madeira) pode pressionar e influenciar toda a cadeia de produção, desde o depósito (revenda de madeira) até o produtor florestal na Amazonia”, disse Sobral. “A certificação florestal FSC vem de encontro a esse problema, visto garante que a madeira foi extraída respeitando rigorosos critérios ambientais e sociais”, concluiu.
De acordo com o engenheiro, o país possui uma vasta legislação, mas as ações de fiscalização devem ser intensificadas, assim como devem ser criadas políticas públicas de incentivo a produção e uso de madeira legal e maior conscientização do consumidor final.
Confira abaixo as sugestões do Imaflora para que os consumidores contribuam com a preservação da floresta:
• Exigir a nota fiscal do produto;
• Solicitar a apresentação do Documento de Origem Florestal ou da Guia Florestal e da nota fiscal da madeira;
• Solicitar a apresentação do comprovante de inscrição e do Certificado de Regularidade no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadores de Recursos Ambientais, do IBAMA;
• Sempre que possível reutilizar a madeira adquirida;
• Dar preferência a madeira com certificação de bom manejo florestal e práticas socioambientais corretas, como o FSC.
Para indústrias, depósitos, construtoras, órgãos públicos e outras organizações que consomem madeira amazônica com freqüência ou em grandes quantidades o Imaflora sugere que, além dos itens acima:
• Não comprem madeira de origem ilegal;
• Não comprem madeira de desmatamento autorizado;
• Comprometam-se a adquirir somente madeira cujo manejo florestal siga especificações aprovadas pelo órgão ambiental competente.
(Por Danielle Jordan, AmbienteBrasil, 27/11/2009)