O rápido avanço da gripe A em solo europeu, à medida que se aproxima o inverno no Hemisfério Norte, deixa autoridades e médicos gaúchos em alerta. A média diária de mortes aumentou três vezes naquele continente desde o final do mês passado, e 18 países registram nível alto ou muito alto de atividade do vírus influenza conforme o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por isso, quem tem viagem marcada para a região devem seguir as mesmas recomendações que marcaram o combate à epidemia aqui.
Entre 21 e 26 de outubro, as autoridades europeias contabilizaram 45 mortes em decorrência da pandemia (média diária de 7,5). De 13 a 20 de novembro, essa cifra saltou para 181 vítimas.
Mesmo distante mais de 8 mil quilômetros, o novo refúgio do vírus é observado com preocupação pelos epidemiologistas gaúchos porque pode influenciar a dimensão de uma eventual segunda onda no Estado.
– O que preocupa não é o recrudescimento do surto na Europa, mas a chance de isso significar, com a volta do frio, um novo surto de proporções grandes – avalia o epidemiologista Ricardo Kuchenbecker.
Ele acredita que, durante o verão, o retorno de viajantes que se contaminarem em solo europeu deve resultar apenas em casos isolados.
- Ucrânia: A epidemia chegou ao auge esta semana. Até agora, 1,6 milhão de pessoas foram contagiadas, 97 mil foram hospitalizadas e 388 morreram.
- França: Na última semana, 22 franceses morreram, elevando o número de vítimas para 68.
- Portugal: Na semana passada, foram seis mortes em sete dias. Até então, eram 10 as vítimas fatais. O total de casos já chega a 27.121.
- Suécia: Contágio está estabilizado nesta semana.Já foram registrados 9 mil casos, com 12 mortes.
- Bulgária: O governo determinou o fim da pandemia.
- Polônia: A ministra da Saúde, Ewa Kopacz, enfrenta críticas por ter se negado a vacinar a população.
- Espanha: Na última semana, a epidemia perdeu força. O aumento dos casos caiu de 12% para 9%.
- Grã-Bretanha: Na semana passada, foram registrados 46 mil novos casos, em comparação aos 53 mil da semana anterior. O número de pessoas hospitalizadas caiu de 783 para 753.
- Não há determinação para que sejam evitadas viagens para a Europa. Porém, a Secretaria Estadual recomenda que pessoas incluídas nos grupos de risco procurem se manter distantes de onde há epidemia.
- Em caso de viagem a um dos países atingidos pela pandemia, valem as mesmas recomendações usadas aqui, como lavar as mãos e evitar se aproximar de pessoas com sintomas da doença ou aglomerações.
- Viajar para países onde a vacina já está disponível, como na maior parte da Europa, não significa garantia de acesso ao medicamento.
- Embora os americanos também enfrentem os efeitos da pandemia, os relatos da Organização Mundial da Saúde indicam que a maior parte das regiões do país atingiu o pico de contaminações e, lentamente, começa a ter queda no número de novos casos.
(O Pioneiro, 27/11/2009)