A ONG Greenpeace acusou nesta quarta-feira (25/11), na Indonésia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de querer "sabotar" a Cúpula Mundial sobre a Mudança Climática de Copenhague por "falta de vontade política".
A denúncia foi feita pelo diretor de campanhas do Greenpeace no Sudeste Asiático, Shailandra Yashwant, ao anunciar o bloqueio do porto de uma fábrica de celulose na ilha de Sumatra para chamar a atenção sobre a contribuição do desmatamento na mudança climática.
A crítica foi feita no dia seguinte em que um alto funcionário do governo americano, não identificado, disse que Obama estaria disposto a apresentar metas de redução das emissões de gases de efeito estufa na conferência de Copenhague.
Na terça-feira (24/11), Obama também manifestou sua confiança em um acordo significativo na cúpula, estimando que "já há progressos em andamento".
O mundo está a "um passo mais próximo de um resultado de sucesso em Copenhague", disse o presidente norte-americano, após se reunir com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, na Casa Branca. Os dois líderes reafirmaram que "um acordo em Copenhague deverá envolver e cobrir todos os temas em negociação".
"A apenas duas semanas do início do encontro de Copenhague, também é essencial que todos os países façam o possível para fechar um forte acordo operacional para enfrentar a ameaça da mudança climática e que sirva de base para um tratado legalmente vinculante", completou o presidente dos EUA.
Greenpeace - O diretor do Greenpeace Yashwant pediu respostas pois "o presidente Obama e outros líderes mundiais não podem sabotar os resultados de Copenhague com sua falta de vontade política".
Ele advogou que a cúpula mundial alcance um acordo "legalmente vinculativo", "justo" e ambicioso" que evite o aquecimento global, o que segundo sua opinião implica financiamento internacional para preservar as selvas tropicais de todo o mundo.
"Paralisamos as exportações de um dos maiores centros papeleiros do mundo para dizer a nossos governantes eleitos que podem e devem poupar-nos a catástrofe da mudança climática", acrescentou o ativista.
Membros do Greenpeace bloquearam os guindastes do porto privado da Ásia Pulp & Paper (APP), do conglomerado Sinar Mas, na província de Riau, que os ecologistas denominam como "a zona zero do desmatamento".
"Sinar Mas é um dos principais contribuintes à mudança climática por seu amplo papel na destruição das florestas", assegurou Greenpeace através de um comunicado.
Segundo os especialistas, o desmatamento representa cerca de 20% das emissões de dióxido de carbono (CO2) do planeta, um dos gases que contribui ao efeito estufa e ao aquecimento global.
A Indonésia é o terceiro maior emissor de CO2, atrás da China e Estados Unidos, devido à rápida destruição de suas selvas.
Dentro de doze dias, líderes de todo o mundo se reunirão em Copenhague para buscar um acordo que substitua ao Protocolo de Kyoto em 2012.
(Folha Online / AmbienteBrasil, 26/11/2009)