O cantor de rock balada, Sting, que há 20 anos, quando estava no auge da sua carreira, teve um papel fundamental no reconhecimento da importância da preservação de terras indígenas no mundo, por ter ciceroneado Raoni pela Europa e Estados Unidos, está de volta ao Brasil, precisamente em São Paulo, e ontem se encontrou de novo com o grande cacique Kayapó.
Deu boa mídia. Os jornais e televisões repercutiram o encontro dos dois. Raoni queria sensibilizar Sting sobre o perigo que sente com a possível construção da Usina Belo Monte, no baixo rio Xingu. Sting foi gentil, mas fez declarações diplomáticas. Disse que era estrangeiro, que via boas razões para a construção de hidrelétricas, produtoras de energias mais limpas, mas também via bons pontos no temor de Raoni.
Sobretudo, disse que os índios precisavam ser ouvidos para que qualquer coisa pudesse ser feita no Brasil que, de algum modo, interviesse sobre sua vida. Parece que estava com o manual da Convenção 169 no bolso. Está certo o Sting, embora com um ar meio faisandé.
O interessante é que a presença de Raoni com Sting trouxe mais mídia do que a reunião que os Kayapó convocaram na aldeia Piaraçu, na beira do rio Xingu, há um mês, que contou com a presença de mais de 200 lideranças do médio e alto Xingu, e com membros do movimento ambientalista.
(Por Mércio Gomes, Blog do Mércio, 23/11/2009)