O trânsito caótico da Ponte da Amizade é conhecido por todos os moradores dos países da Tríplice Fronteira, mesmo nas localidades mais distantes da mencionada passarela internacional. Atualmente, o projeto para a construção de uma segunda ponte entre Brasil e Paraguai, ligando o bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, à cidade paraguaia de Presidente Franco, surge como alternativa para desafogar o trânsito na Ponte da Amizade, em especial, de veículos pesados.
No entanto, para a prefeitura de Hernandarias, cidade localizada ao norte de Ciudad del Este e que abriga a sede paraguaia da Usina de Itaipu, a situação é mais urgente. Como solução, a prefeita Carmen Alvarez, reviveu uma ideia que já há muito tempo é sugerida pelos municípios paraguaios e rebatida pela direção da Itaipu Binacional: que a barragem da hidrelétrica seja utilizada como via alternativa de ligação entre os dois países.
Conforme noticiou o Diário Última Hora, a ideia é que a barragem seja aberta para o trânsito de veículos leves, principalmente, no sentido Paraguai / Brasil. “Estamos solicitando uma audiência com o presidente da República, Fernando Lugo, para apresentar-lhe oficialmente a ideia. O mesmo faremos com o diretor paraguaio da Itaipu Binacional, Carlos Mateo Balmelli”, expressou a prefeita.
“Em outras partes do mundo, cruzar por uma represa de um ponto a outro é algo normal, no entanto, ao sugerir de um país para outro muda o cenário. Mesmo assim, somos otimistas de conseguir”, complementou. Os impulsionadores da ideia acreditam que a liberação da passagem de veículos pela represa de Itaipu seria uma forma de potencializar o turismo na região de Hernandarias e de compensar o impacto ecológico e territorial causado por Itaipu à cidade.
“Só o fato de cruzar por essa represa constitui um grande atrativo turístico para próprios e estrangeiros, nossa intenção com isso também tenta fortalecer o desenvolvimento do turismo na região, em particular em nossa cidade, como uma forma de combater a pobreza e o elevado índice de desemprego que afeta o município, o que na realidade é um problema de todo o país”, comentou a prefeita.
(Por Fernando R. V. Fernandes, SopaBrasiguaia.com, 24/11/2009)