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2009-11-25

Especialistas consultados pela Deutsche Welle não veem riscos à imagem do Brasil no exterior com a recepção ao presidente Ahmadinejad. No encontro com Lula, deverão ser abordadas também questões econômicas.
 
A visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil nesta segunda-feira (23/11) é mais um passo da política externa brasileira para a diversificação de suas parcerias políticas e econômicas. O país marca, desta forma, posição como uma potência em ascensão cada vez mais independente da influência norte-americana.

Da conversa entre os dois presidentes poderão ser encaminhados não só acordos comerciais. A reunião pode pavimentar o caminho para uma cooperação atômica estratégica entre os dois países, como avaliam especialistas em política internacional ouvidos pela Deutsche Welle.

"Além da questão econômica, acredito que a cooperação atômica é o segundo grande aspecto de interesse do Brasil em relação ao Irã", diz o sociólogo Thomas Fatheuer, diretor do escritório da Fundação Heinrich Böll no Rio de Janeiro.

"O Brasil acabou de começar a reativar seu programa nuclear, pretende acabar de construir a usina Angra 3, e quer ir muito além, quer se transformar em exportador de urânio enriquecido e quer se estabelecer como potência nuclear. Não necessariamente quer construir bombas atômicas, mas quer dominar todo o ciclo atômico", afirma.

O Brasil acompanha a discussão sobre o programa atômico iraniano com grande preocupação, temendo que também possa sofrer limitações futuras com relação ao tema. "O governo brasileiro acha que se o Irã for limitado por medidas muito rígidas de controle, ele mesmo possa ser vítima dessas limitações no futuro", observa Fatheuer.

Imagem do Brasil no exterior

Ele disse não acreditar que a imagem do Brasil saia arranhada no panorama mundial, devido ao relacionamento de Lula com Ahmadinejad, cujas posições controversas são motivos frequentes de críticas na comunidade internacional. "Não acho que o Brasil fique com sua imagem prejudicada. Talvez, em curto prazo, com os EUA e a Europa. Mas Lula costuma conversar não somente com o Irã, unilateralmente, mas com outros parceiros. Dentro de algumas semanas isso será esquecido pelos europeus e americanos", afirma.

"Além do mais, os europeus subestimam a pouca importância que o sul do planeta dá às opiniões do Ocidente. Em países como China, Índia e grande parte da África, Lula não terá nenhum problema com suas posições", ressalta. De acordo com o especialista, a política externa brasileira sempre foi pautada pelos interesses econômicos. "O Brasil nunca se deixou influenciar por problemas com direitos humanos em sua política", sublinha.

A estratégia brasileira de "tentar agradar a todos", do qual a aproximação de Lula com Ahmadinejad faz parte, tem trazido dividendos econômicos ao Brasil, ainda que não esteja necessariamente dentro do que Europa e Estados Unidos considerem ideal.

"A diversificação de sua balança comercial é parte de uma estratégia brasileira de longo prazo e tem se mostrado positiva na crise. Basta comparar com países como o México, que é muito dependente dos EUA, e que foi atingido muito mais fortemente pela crise que o Brasil, que tem uma estrutura muito diversificada de parceiros de exportação e importação", diz Fatheuer.

Brincando com fogo
O Brasil não está necessariamente brincando com o fogo, afirma. "Lula já havia deixado claro que, mesmo que isso não agrade a alguns países, ele mantém encontros com essas pessoas e tem assuntos a tratar com elas", diz, numa referência a possíveis estragos na imagem do Brasil com a recepção ao presidente iraniano. Para ele, do ponto de vista do Brasil há questões estratégicas e econômicas para serem discutidas.

Já o interesse do país asiático no Brasil corresponde à política externa desempenhada pelo governo de Ahmadinejad de estreitar laços estratégicos com a região. "A América Latina é importante estrategicamente para o Irã. Ao lado de Venezuela, Teerã quer encontrar outros países com que possa cooperar", diz.

Cooperação petrolífera
Para Kosten, o Irã também pode lucrar com uma parceria nuclear com o Brasil, ainda que em longo prazo. "É possível que, por trás das portas, essa questão seja levada a discussão por Ahmadinejad", diz. "Teerã pode estar à procura de um novo parceiro, depois que a Rússia foi bastante criticada como parceiro, devido a novos adiamentos da entrada em funcionamento da usina atômica de Bushehr", afirma. "Entretanto, não acho que o Brasil aceite entrar nessa parceria num curto prazo", ressalva.

Para Kosten, a cooperação mais imediata e duradoura poderá envolver a área petrolífera, depois da descoberta de grandes depósitos do mineral na costa brasileira. "São dois países importantes na sua região, com grandes depósitos de petróleo e gás natural. É possível que dessa visita saia uma cooperação importante nesses setores", observa o especialista alemão.

(Por Márcio Damasceno*, Deutsche Welle / UOL, 24/11/2009)
*Revisão: Roselaine Wandscheer


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