(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
turismo empreendimento turístico urbanização desordenada
2009-11-25

Apesar da suposta política de responsabilidade social, as transnacionais espanholas do setor turístico adotam, na América Latina, práticas bastante antigas de exploração econômica e socioambiental. A análise é do Greenpeace-Espanha, que nesta segunda (23/11) divulgou o informe "Os novos conquistadores. Multinacionais espanholas na América Latina".

"As empresas espanholas têm se caracterizado por responder com pouquíssimas ou nulas modificações o modelo empresarial que já se conhecia aqui, ou seja, de sol e praia massiva, que da exploração no Mediterrâneo e [ilhas] Canárias tem passado a reproduzir em localidades virgens da América, especialmente do Caribe", considerou o Greenpeace.

Das 100 maiores empresas de turismo do mundo, 11 são espanholas, mostra o estudo. De 1993 até 1999, o número de hotéis espanhóis em outros países triplicou. Atualmente, já são 29 os grupos espanhóis ligados ao turismo com presença em 36 países. Na América Latina, transnacionais espanholas exercem a atividade turística - responsável por 11% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial - de modo predatório, analisou o Greenpeace.

O organismo destacou as atividades da "Sol Meliá" (15ª no ranking mundial), da "Barceló" (24ª) e da "Riu" (27ª), empresas identificadas "como agentes exportadores de um modelo depredador que arrasa bosques de mangues e territórios virgens, especialmente no México". O Greenpeace criticou a "extremada política de hipócrita Responsabilidade Social Corporativa" da Sol Meliá. Este ano, a empresa lançou um Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável 2008-2010, que pretende "integrar os valores de sustentabilidade no próprio negócio".    

México: maior destino das transnacionais
É no México onde a situação se mostra mais crítica quanto à exploração empresarial espanhola. Há, no país, mais de 2.700 empresas de origem hispânica, estimuladas pelas condições oferecidas pelo governo local e nacional, pelos baixos custos de seguridade social e da mão de obra barata e, em parte, pouco organizada.

Somente no principal destino das empresas turísticas - na região de Riviera Maya, no Estado de Quintana Roo -, estão presentes as transnacionais a Sol Meliá, a Iberostar, a Riu, a Barceló e a NH. Em 2007, havia na região cerca de 35 mil hospedagens em mais de 100 hotéis, enquanto que, em 2001, eram 15 mil.

Como exemplo, o informe aponta a construção de complexos hoteleiros da Sol Meliá nas praias de  X’cacel e X’cacelito, no Estado de Quinta Roo. Os projetos só foram suspensos Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semarnat) após a pressão de movimentos ambientalistas nacionais. Praticamente todas as zonas de mangue da Costa Turquesa foram devastadas, lamenta o estudo.

Recomendações
Para o Greenpeace, as empresas espanholas não deveriam adotar duplo padrão: "atuar de acordo com a normativa mais estrita em matéria social ou meioambiental, seja esta a lei de seu país de origem ou a do país onde opera". Quando vinculadas a atividades extrativas, elas devem responder pelos custos dos impactos socioambientais e participar de consultas com as comunidades locais, principalmente as indígenas. 

O Greenpeace ainda recomendou ao governo espanhol que estabeleça mecanismos legais em casos de atuações ilícitas de transnacionais do país no exterior. O organismo também propõe que o Estado exija responsabilidade das empresas no processo de internacionalização, considerando a realidade social e econômica do país que receberá a transnacional.

O relatório do Greenpeace-Espanha avalia o impacto, na América Latina, de transnacionais espanholas de várias áreas, como o turismo, a mineração, o setor financeiro e petrolífero. O documento completo está disponível aqui.

(Por Robson Braga, Adital, 24/11/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -