Os congestionamentos enfrentados diariamente pelos motoristas na Capital serão agravados com a Copa de 2014 caso não sejam realizadas intervenções no trânsito da cidade. A constatação é do especialista em Engenharia de Tráfego Mauri Panitz, que participou ontem de audiência na Subco-missão Mista de Acompanhamento das Obras do Metrô da Copa de 2014 e do Aeromóvel, na Assembleia.
"O sistema atual não comportará o volume de tráfego da Copa. Precisamos de um sistema viário de maior capacidade", frisou. O especialista defende uma reestruturação hierárquica da Capital, com a criação de vias expressas, e o alargamento de ruas de maior fluxo de veículos. Como alternativa, ele sugeriu que seja proibido o estacionamento nas principais rotas da Capital.
Panitz acredita que é necessário acabar com o monopólio dos ônibus e defende alternativas como o aeromóvel ou até mesmo o bonde, desde que seja remodelado. "Para a Copa, poderíamos inclusive ter um sistema de linhas regulares de barcos", sugeriu. Para ele, o metrô não chega a ser fundamental para Porto Alegre. "O trem é fundamental para a região Metropolitana, que necessita urgentemente de uma linha para Alvorada e Cachoeirinha", destacou.
Já o secretário municipal da Mobilidade Urbana, Luiz Afonso Senna, lamentou que o metrô não esteja mais entre as prioridades do governo federal para a Copa. "Mais uma vez, não teremos essas obras na Capital. No entanto, a União acenou com a possibilidade de os recursos estarem contemplados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento 2", confirmou.
O coordenador da subcomissão, deputado Luiz Fernando Záchia, defende que a definição sobre o metrô de Porto Alegre não pode ser postergada. "São necessárias alternativas, seja por meio do PAC 2 ou através de parcerias público-privadas."
(Correio do Povo, 24/11/2009)