O Brasil tem metas ambiciosas para a reunião sobre mudanças climáticas que será realizada em dezembro, mas que podem ser alcançadas na avaliação da economista chefe do Banco Mundial e coautora do Relatório Desenvolvimento e Mudanças Climáticas, Marianne Fay. “São bastante viáveis e ambiciosas e podem ter consequências bastante positivas para a economia brasileira”, afirmou.
O Brasil vai levar para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, uma proposta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa no intervalo de 36,1% a 38,9%, até 2020. Ela disse ainda que as mudanças climáticas vão trazer impacto para as economias, principalmente dos países em desenvolvimento, cujas economias dependem dos seus ecossistemas e de capital natural para a produção.
“A estimativa é de que na África e no sul asiático a renda anual per capita vai baixar entre 4% e 5%. O que é estimado para o Brasil também, que é um país bastante vulnerável porque grande parte da sua economia depende do meio ambiente e da agricultura, que são setores muito vulneráveis a mudanças climáticas”, explicou.
O coordenador de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Banco Mundial, Mark Lundell, disse que para o Brasil alcançar a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa serão necessários bilhões de dólares.
“A estimativa de demanda para implementar as metas ambiciosas do Brasil é de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões por ano. Em termos de fontes sempre vai haver participação do setor privado, principalmente em termos de novas tecnologias. Do lado das finanças, também vai haver bancos como o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento], Bird [Banco Mundial]”, afirmou.
Em relação aos aspectos mundiais, a coautora do relatório, Marianne Fay, disse que a principal mensagem do estudo é que tanto países ricos como pobres devem se unir para que haja uma efetiva redução dos efeitos do aquecimento global. “A mensagem principal é que temos que atuar juntos e diferentemente. Não temos tempo a perder temos que começar imediatamente com metas ambiciosas e isso deve partir dos países ricos”, afirmou. Ela disse ainda que serão necessários entre US$ 140 bilhões e US$ 175 bilhões ao ano para investimentos em ações de mitigação.
(Por Roberta Lopes, com edição de Lílian Beraldo, Agência Brasil, 23/11/2009)