Temporais voltaram ontem a provocar estragos e a desalojar famílias no Rio Grande do Sul. Os municípios do oeste, sudoeste, noroeste e centro do Estado foram os mais atingidos. Em 12 horas, cidades como Santa Rosa, São Luiz Gonzaga e Frederico Westphalen registraram volumes de chuva superiores a 110 milímetros, próximo do esperado para o mês inteiro. Em algumas das áreas, como em Rosário do Sul, houve alagamento de zonas ribeirinhas. O Rio Santa Maria transbordou e invadiu 400 residências.
Os moradores tiveram de buscar abrigo em casas de parentes e amigos ou nos salões oferecidos pela prefeitura. Em Quaraí, 80 famílias foram obrigadas a abandonar suas casas, assim como em Alegrete (80) e Santa Rosa (30). O vento destelhou 70 casas em São Borja e 20 em Porto Mauá.
Os bombeiros tiveram de fazer pelo menos duas operações de resgate e entrega de mantimentos. Em Três Passos, dez pessoas ficaram isoladas pelas águas de um arroio e foram retiradas de barco. Em Camaquã, helicópteros levaram alimentos e água para 300 famílias isoladas desde quinta-feira pela cheia do rio Camaquã. Apesar dos novos casos, o número de flagelados, que chegou a 22 mil, caiu para 4.500.
A maioria dos atingidos pelo vendaval de quinta-feira, que deixou sete mortos, já voltou para suas casas. Cerca de 40 mil residências permanecem sem energia elétrica. Desde o início do mês, 28 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência por vendavais, enxurradas e inundações.
Ontem, a governadora Yeda Crusius (PSDB) anunciou a liberação de R$ 2 milhões para a reconstrução de oito escolas danificadas pelo vendaval de quinta-feira. As aulas serão retomadas hoje em instalações provisórias.
CURITIBA
Em Curitiba, ventos de 70 km/h por hora derrubaram árvores e destelharam casas ontem. O município de Almirante Tamandaré foi o mais afetado. Os bombeiros encontraram dois corpos às margens do Rio Iguaçu, em Araucária. A expectativa era de que fossem os corpos de dois desaparecidos na chuva de quinta-feira, mas isso não se confirmou.
(Por Elder Ogliari, O Estado de S. Paulo, 23/11/2009)