As fortes chuvas que voltaram a atingir Porto Alegre na madrugada de ontem deixam as autoridades em alerta. O nível do Guaíba está com 1,66 metro. "Com 1,90 metro, a situação preocupa", explicou o coordenador municipal da Defesa Civil, Léo Antônio Bulling. A partir de agora, o órgão está atento ao nível dos afluentes como o Jacuí, o Taquari, o Sinos, o Caí e o Gravataí. "O seu reflexo começa a ser percebido entre 24 horas e 48 horas depois da chuva", esclareceu. Nesse sentido, Bulling informou que as equipes seguem o monitoramento. A madrugada também registrou diversos pontos de alagamentos, em especial na zona Sul. "Mas logo depois que a chuva parou, os alagamentos se dissiparam", informou o coordenador.
Ao todo, foram pelo menos 14 pontos de acúmulo de água durante a madrugada, entre os quais a Protásio Alves com a Neuza Goulart, a Princesa Isabel com a Bento Gonçalves e com a Santana, a Aureliano de Figueiredo Pinto, trechos da Bento Gonçalves, da Aparício Borges e da Praia de Belas. Além disso, diversas sinaleiras foram danificadas com a força dos ventos. Pela manhã, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) enfrentava problemas com os semáforos localizados nas proximidades do Shopping Iguatemi, na zona Norte de Porto Alegre.
Em Canoas, na região Metropolitana, a situação também se agravou com a tempestade do final de semana. Pelo menos 70 casas seguem destelhadas, cobertas apenas com lona, e só poderão ser consertadas com a melhora do tempo.
Entre os bairros mais atingidos estão Guajuviras, Niterói, Nossa Senhora das Graças e Rio Branco. Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, Mauro Guedes, 59 famílias permanecem ilhadas na praia de Paquetá e, ainda no início desta semana, deverão ser entregues ranchos para auxiliá-los.
O temporal da madrugada também prejudicou o trabalho de restabelecimento de energia e pelo menos 1,9 mil clientes estão às escuras em Canoas. De acordo com Guedes, será necessário esperar que o tempo melhore para a reconstrução dos telhados. Para tanto, deverão ser feitos mutirões envolvendo Defesa Civil e prefeitura.
(Correio do Povo, 23/11/2009)