O carvão catarinense, que tem um histórico centenário de poluição provocada pela extração no Sul do Estado, também virou foco de estudos que buscam alternativas energéticas limpas. Um dos trabalhos mais avançados concentra-se na área de gaseificação do carvão mineral.
O gás produzido, além de ser uma energia limpa, poderia se tornar uma importante alternativa para a indústria cerâmica da região Sul, destaca o engenheiro Fernando Zancan, secretário-executivo do Sindicato da Indústria da Extração do Carvão de SC (Siecesc) e presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral.
O processo de gaseificação consiste em converter o carvão mineral em combustível sintético de aplicação direta na produção de energia. Zancan explica que foram firmadas parcerias internacionais para avançar com pesquisas práticas nas indústrias nos próximos dois anos. Em um primeiro momento, a gaseificação do carvão visa à produção de gás industrial. Mas esse mesmo gás poderia ser empregado na geração de energia elétrica ou na produção de combustíveis líquidos, como o hidrogênio.
A construção do Centro Tecnológico de Carvão Limpo, em Criciúma, promete representar um grande avanço no setor. As obras de infraestrutura do terreno estão em andamento. No início de 2010 começa a construção do primeiro prédio do complexo, com 1,5 mil metros quadrados.
Ele deve ficar pronto ainda no próximo ano, e abrigará um centro de documentação e uma área de pesquisa para 64 profissionais. Ao todo, o complexo terá 12 mil metros quadrados – resultado de R$ 15 milhões em investimentos do governo federal e estadual.
(Diário Catarinense, 23/11/2009)