O ministro indiano do Meio Ambiente, Jairam Ramesh, declarou que as emissões de gases do efeito estufa da Índia seguirão crescendo e que entre os problemas ambientais mais preocupantes em seu governo estão à gestão de água, a sujeira das grandes cidades e a proteção às florestas.
Em entrevista coletiva para apresentar o relatório do Instituto de Pesquisa e Energia de Tata (Teri, na sigla em inglês), um instituto dedicado ao estímulo do desenvolvimento sustentável, Ramesh afirmou que as emissões da Índia "crescerão" nos próximos anos, embora não tenha detalhado a que ritmo.
"Nosso objetivo é manter o nível de absorção de CO2 das florestas em 10 %", disse o ministro, cujo governo é reticente em comprometer-se com uma redução de emissões na cúpula de Copenhague, que ocorre em dezembro. Ramesh fez as afirmações durante a apresentação do estudo do Teri, dirigido pelo cientista Rajendra K. Pachauri, presidente do Grupo Intergovernamental da ONU sobre a Mudança Climática (IPCC), distinto com o Prêmio Nobel da Paz em 2007.
Nesta sexta-feira (20/11), o ministro não se pronunciou sobre o papel da Índia na cúpula de Copenhague, mas ontem, durante a apresentação de outro relatório, deixou claro que o gigante asiático rejeitará a imposição de redução na emissão de gases. "Não esperem demais de Copenhague. Não mudaremos nossa postura", observou. "Parece extenso o caminho até chegarmos a um compromisso internacional vinculativo e, no qual, os países desenvolvidos assumam os compromissos", afirmou.
O governo indiano criticou com dureza em outras ocasiões os países desenvolvidos por propiciar a mudança climática e se negou a comprometer-se com a redução de emissões de gases do efeito estufa. O Ministério do Meio Ambiente mostrou durante os últimos meses mais interesse com os sérios problemas ecológicos em território indiano, como o desmatamento, a gestão de água, a biodiversidade e a sujeira das grandes cidades.
(EFE / Folha Online, 20/11/2009)