O Ibama iniciou a Operação Angustifolia II, que combate crimes ambientais no último grande remanescente da Mata de Araucárias, na região Centro-Sul do Paraná, na fronteira com Santa Catarina. Sobrevoos com um helicóptero do Ibama realizados em setembro e outubro revelaram que o desmatamento e a exploração ilegal de madeira continuam na região, apesar do órgão e parceiros terem realizado a Operação Angustifolia I há alguns meses. A fiscalização constatou que o desmatamento continua porém com perfil e método diferentes.
Segundo o superintendente do Ibama no Paraná, José Álvaro Carneiro, “foram detectados muitos pontos de desmatamento que vão brocando, desmontando a floresta. Em muitos deles, o objetivo é abrir espaço para agricultura ou silvicultura com plantio de pinus ou eucalipto, como constatamos e fotografamos no início do ano e também agora.”
Grandes empresas como aquelas abordadas na primeira operação estão mais cautelosas e obedientes a legislação. A pressão se deslocou para pequenas organizações que estão no mercado informal (para as madeiras de menor valor de mercado, como a araucária, o cedro e a canela, entre outras) e atividades de mini-empresas clandestinas para madeira “branca” para lenha, cavaco e carvão sem nota.
“Além disto e muito importante e triste é a pressão sobre a imbuia, madeira nobilíssima e rara, justo por isto, hoje espécie ameaçada de extinção.”, constatou Carneiro. A operação já flagrou grandes desmatamentos, apreendendo muitas toras e levantando vestígios da derrubada de milhares de árvores, como tocos e estradas nas florestas. A imbuia apreendida será destinada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, e usada nos restauros das igrejas ucranianas da região Centro-Sul do Paraná, onde se destaca o bonito templo do município de Mallet.
A situação encontrada pela fiscalização é de exploração continuada. “Isto demonstra que a estrutura capilarizada de combate ao crime ambiental, de responsabilidade estadual, não funciona. O órgão ambiental estadual está desestruturado e sua direção não tem compromisso com sua revitalização. A única possibilidade de virarmos o jogo acontecerá quando conseguirmos atrair os parceiros estaduais.”, afirmou o superintendente.
(Ascom Ibama, 17/11/2009)