Em Pernambuco, um grupo de profissionais luta para salvar os peixes-bois. O Projeto Peixe-Boi já devolveu ao mar 23 animais e tem a missão de multiplicar a espécie. As agressões indicam que ainda é preciso tomar muito cuidado. Esses animais estão no planeta há 75 milhões de anos.
A convivência com o homem foi desastrosa para os peixes-bois, que por pouco não desapareceram. Os especialistas calculam que restam cerca de 500 animais na natureza. Os grandalhões com focinho de boi e jeito de peixe têm o temperamento dócil. Como precisam subir à superfície para respirar, se tornam vulneráveis.
Curiosos, eles se aproximam das pessoas e das embarcações e aí está o perigo. Arthur foi ferido na cauda por uma hélice, no Rio Grande do Norte. Teve que ser transferido para o Centro de Reabilitação do Peixe-Boi, na Ilha de Itamaracá (PE), para tratar do ferimento. “Foi encontrado bastante debilitado, com ferimentos extensos e choque térmico, estava com a temperatura abaixo do normal, sem conseguir respirar e sem mexer as nadadeiras por causa da lesão”, lembra a veterinária Fernanda Niemayer.
A história de Arthur é a mais comum por aqui. Ele foi encontrado ainda filhote, encalhado em uma praia na Paraíba. Foram necessários seis anos para que ele se recuperasse e estivesse em condições de voltar à natureza. A liberdade durou pouco: dois meses depois da soltura, Arthur teve que voltar para o cativeiro bastante ferido.
Ele não é a única vítima. Nos últimos quatro meses, dois peixes-bois tiveram o retorno à natureza interrompido pelo homem. Arthur, além do ferimento, comeu fios de náilon usados pelos pescadores.
(G1 / ANDA, 16/11/2009)