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suinocultura passivos da suinocultura frigoríficos/agroindústrias
2009-11-17

Produtores de suínos da região do Alto Uruguai realizaram um protesto na manhã da última sexta-feira (13/11) no município de Seara. A mobilização teve como objetivo mostrar a contrariedade dos produtores frente à estratégia das grandes agroindústrias de fomentar a instalação de megaprojetos de granjas de suínos. Representantes dos criadores denunciam os riscos ambientais e sociais que a concentração de animais vai gerar, se a iniciativa prosperar.

O líder do PT na Assembleia Legislativa, deputado Dirceu Dresch, participou e apoiou o ato, que começou em frente à prefeitura de Seara, às 9 horas, e encerrou com um protesto em frente ao Frigorífico Marfrig, empresa que adquiriu recentemente a unidade do Frigorífico Cargil em Seara. A manifestação foi organizada pela Associação Municipal de Criadores de Suínos de Xavantina, com o apoio da Fetraf-Sul, Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar e Cresol Central.

Conforme os produtores, a empresa Marfrig mantém a estratégia de implantação de megaestruturas de criação iniciada pela multinacional Cargil. O frigorífico vem pressionando os produtores a aderir aos megaprojetos com capacidade para mais de 4 mil animais confinados em uma única propriedade. Para se manter no sistema de integração, criadores teriam de investir mais de R$ 1 milhão na adequação das instalações. Os produtores pedem que a empresa reveja o processo.

A situação já foi denunciada ao Ministério Público Federal e Estadual. Os produtores pretendem agora levar a situação a órgãos internacionais de proteção ao meio ambiente e saúde animal. Elizeu Pinzetta, criador e presidente do Núcleo de Produtores de Suínos de Xavantina, ligado à Associação Catarinense de Criadores de Suínos –ACCS, lembra que a multinacional Cargil foi proibida de executar projetos de criação altamente concentrada de animais em vários países, devido à poluição causada e aos problemas de saúde da população.

Para Dresch, a alta concentração de animais põe em risco o meio ambiente e vai provocar a explosão de criadores do processo produtivo. “São muitos animais juntos e uma produção enorme de dejetos. Isso vai acabar contaminando o meio ambiente, além de excluir produtores do sistema”, diz. A conta é simples: uma propriedade que adere ao megaprojeto e passa a produzir 4 mil animais acaba por excluir outros 40 produtores que produzem 100 animais.

“Santa Catarina precisa preservar o seu modelo de sucesso que é a produção em pequenas propriedades. Para aumentar a produção não precisamos excluir produtores. O poder público deve intervir e impor um processo de desenvolvimento que seja inclusivo, e não o contrário”, defendeu Dresch.

Concessão de licenças ambientais é questionada
Os produtores também questionam as licenças ambientais que estariam sendo concedidas pela Fatma. Em agosto deste ano, uma delegação liderada pelo deputado Dirceu Dresch levou a situação ao conhecimento do presidente do órgão, Murilo Flores.

Na ocasião, ele afirmou que as licenças para essas megaestruturas de criação passarão por nova avaliação dentro da Fatma. Flores também admitiu que a falta de padronização das licenças ambientais emitidas pelas 14 regionais do órgão pode ocasionar encaminhamentos incorretos. Porém, passados mais de 70 dias, não houve nenhum retorno por parte do órgão ambiental estadual. “Queremos uma posição concreta da Fatma diante dessa situação”, afirmou Dresch.

(Gabinete do deputado / Ascom Alesc, 16/11/2009)


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