Do dia do nascimento até o momento em que aprende a usar o banheiro, um bebê gasta, em média, mais de 3,6 mil fraldas descartáveis. No Brasil, são cerca de 17 milhões de exemplares do produto lançados por dia no ambiente. E cada um demora 400 anos para se decompor!
Pensando ecologicamente correto, não dá vontade de empilhar fraldas de pano no armário e ter a experiência que nossas mães e avós tiveram?
Fraldas de tecido reduzem a montanha de lixo nos aterros, podem ser usadas mais de cem vezes e levam um ano para se decompor. O contato com o tecido, em vez do plástico, traz mais conforto para o bebê. Entretanto, lavá-las exige tempo, paciência e não é uma tarefa fácil. O desperdício de água e o uso de detergentes podem causar impacto no ambiente e, quando lavadas incorretamente, podem reter resíduos e causar alergias na pele.
Na onda dos prós e contras, a costureira Euluza Nunes Savariz, 25 anos, optou por tentar garantir um ambiente mais sustentável para quando a filha crescer. Desde que Kauane nasceu, a mamãe usou poucas vezes as fraldas descartáveis.
– Como moramos em Gramado, o inverno é muito frio, e só nesta época fiquei com receio de usar as de pano – conta.
Hoje, o bebê só veste calças plásticas personalizadas e fraldas de tecido. Durante a noite, são usados absorventes especiais noturnos, que ajudam na retenção do xixi. A etapa considerada mais difícil pelas mães, a lavagem, não é problema para Euluza, e é compensada pela economia.
– O material utilizado proporciona uma lavagem normal e não dá muito trabalho. Acho que economizo mais de 50% ao não usar as descartáveis – revela a mãe.
A nutricionista Juliana Petersen, 29 anos, mãe de Maria Eduarda, cinco meses, nunca havia experimentado na filha a tradicional fralda de pano. Esta semana, testou com a pequena, mas não aprovou a "novidade". O xixi passou pela roupa e foi preciso mais tempo para vestir a filha.
– A fralda fica molhada e em contato com a pele do bebê. Nas descartáveis há maior absorção – diz.
(Por Anelise Zanoni, Zero Hora, 16/11/2009)