A petroleira espanhola Repsol prevê investimentos de 12 bilhões de dólares no Brasil em atividades de exploração de petróleo até 2020, incluindo a área do pré-sal, disse o presidente da empresa, Antonio Brufau, neste sábado.

A companhia é parceira da Petrobras nos promissores campos de Guará e Carioca, no pré-sal da bacia de Santos. Para 2010, os investimentos ficarão entre 380 e 400 milhões de dólares, principalmente em atividades de exploração.

"Nos próximos 3 a 4 anos a Repsol no Brasil é apenas exploratória. Quando chegar o momento de desenvolver os campos, vamos precisar de bilhões de dólares", afirmou Brufau a jornalistas após encontro com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, no Rio.

Brufau não descartou participar de novos leilões no país para aquisição de mais áreas, porém ressaltou que o novo marco regulatório trará mudanças que ainda serão avaliadas pela companhia.

"Nas novas concessões vamos ter que avaliar muito os novos contratos, os novos impostos, para ver se uma empresa com o porte da Repsol vai se interessar", disse. "Com o que temos (até o momento) já estamos muito bem posicionados no Brasil", afirmou.

A Repsol possui 25 por cento do campo Carioca, que ainda não possui estimativas de reservas, e também 25 por cento de Guará, que possui reservas recuperáveis de 1,1 a 2 bilhões de barris de óleo leve. Nos dois casos a operadora é a Petrobras.

Além dos campos no pré-sal, a Repsol é parceira da Petrobras na refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. Questionado se a empresa pretende seguir a Petrobras nos planos de expansão no setor de refino, o executivo ressaltou ser difícil o ingresso em um mercado dominado por uma empresa do porte da Petrobras.

"Para os novos entrantes, é um negócio mais difícil, porque a Petrobras tem muito tempo no campo de refino no Brasil. Preferimos Espanha, Peru e Argentina onde estamos integrados com a distribuição", afirmou.

De acordo com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, as duas empresas estão conversando sobre o futuro da Refap. "Estamos falando da possibilidade de investimentos (na Refap). Se vai ser só Petrobras, só Repsol ou as duas em outras condições. Não há decisão, estamos avaliando".

(Por Denise Luna e Clara Vilar, Reuters / UOL, 14/11/2009)