A pele das brasileiras estará menos dourada quando o veraneio se iniciar. Essa será a consequência da proibição das câmaras de bronzeamento artificial, em vigor desde quarta-feira. A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) gerou um serviço extra a Estados e municípios, descontentou os 100 mil usuários anuais do serviço e feriu de morte um setor que engloba 5 mil estabelecimentos.
A Anvisa justificou a decisão com base em um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), que alertou para a elevação do risco da doença. A Anvisa alerta: a proibição não será revertida.
Representantes do setor, como a Associação Brasileira dos Profissionais de Bronzeamento (ABB), contestam os estudos citados pela agência e acreditam que a proibição será temporária. Cleverson Riggo, presidente da ABB, acredita que profissionais, usuários e promotores vão entrar na Justiça contra a medida.
TIRE SUAS DÚVIDAS
Por que as câmaras foram proibidas?
A Anvisa usou como justificativa um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (Iarc) que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a alertar que o uso de câmaras de bronzeamento é uma causa concreta de tumores de pele. Especialistas concluíram que o risco de desenvolver melanoma se eleva em 75% quando se começa a usar a câmara antes dos 35 anos.
Quem já pagou pode seguir usando?
Não. O uso de câmaras para fins estéticos agora é ilegal. Quem já fez o pagamento, deve procurar o estabelecimento para tratar da compensação.
Há alguma exceção para o uso delas?
A proibição é unicamente para fins de embelezamento. Poderão submeter-se a sessões pessoas que tiverem indicação médica. Os equipamentos são usados em tratamentos de doenças como o vitiligo e a psoríase.
A câmara pode ser usada em casa?
Não. A proibição é completa. Ninguém poderá usar câmaras de bronzeamento para fins estéticos.
Quando a medida começa a vigorar?
A proibição do uso das câmaras está em vigor desde quarta-feira, data da publicação da resolução da Anvisa. Em Porto Alegre, a vigilância determinou que em 30 dias os equipamentos devem desaparecer dos centros estéticos.
(Zero Hora, 13/11/2009)