O governo do Quênia afirmou nesta quarta-feira (11/11) que vai concentrar esforços pra restaurar suas florestas e que buscará opções de energias renováveis como contribuição no combate às mudanças climáticas, que será debatido no próximo mês em cúpula em Copenhague, na Suíça. "Parte do esforço do governo queniano incluirá um plano para salvar a floresta Mau, uma das poucas que restaram na parte leste do país africano", disse o premiê Raila Odinga. "No Quênia, nós não estamos esperando um apoio de Copenhague."
Odinga disse que as florestas cobriam 12% do território do Quênia 40 anos atrás, mas a cobertura caiu para atual 1,7%. "Através de atos de muita ganância, irresponsabilidade e mau uso dos recursos públicos, nós perdemos grande parte das nossas florestas e reservas de água", disse Odinga. "Mas agora projetamos um ambicioso programa de reflorestamento, pelo qual, por lei, obrigaremos os produtores a plantar árvores em pelo menos 10% da área da sua propriedade".
Uma das principais fontes de controvérsia no Quênia nas últimas semanas foi o plano de retirada de cerca de 20 mil famílias que moram no complexo da floresta Mau. O prazo para deixar a floresta expirou nesta última terça-feira (10/11), mas o governo promete conduzir a retirada sem uso de força e permitindo que algumas famílias permanecem no local até encerrar a colheita de suas plantações.
Segundo avaliação das Nações Unidas, o complexo da floresta Mau detém um reservatório de água que abastece cerca de 10 milhões de quenianos e que perdeu cerca de 24% de sua capacidade nos últimos 20 anos.
Odinga afirma que o Quênia tem explorado diversas fontes de energias renováveis, como a solar e biocombustíveis. "É muito importante que os países desenvolvidos financiem a exploração de fontes de energia renovável e outros projetos climáticos na África", disse o premiê queniano.
(Estadao.com.br / AmbienteBrasil, 12/11/2009)