Com a entrada em operação da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos (aterro sanitário) do Rio Grande, ocorrida no último dia 3, além de o Lixão Municipal ter sido desativado, teve início uma nova forma de destinação do lixo doméstico do Município. Agora os resíduos são coletados por caminhões, levados até uma base localizada na entrada do antigo lixão do bairro Carreiros, onde são descarregados em área impermeabilizada e transferidos para uma carreta, na qual seguem para o aterro sanitário. Lá, todo o lixo é depositado na célula de disposição de resíduos. Em seguida, um trator de esteira o espalha e faz a compactação. Depois é feita cobertura impermeável com argila.
De acordo com o supervisor da Rio Grande Ambiental, empresa responsável pela Central de Tratamento de Resíduos Sólidos, Denis Maickel da Costa, este processo evita o forte odor que ocorria no Lixão Municipal. "Foram adotados vários cuidados para mitigar os efeitos do lixo no ambiente", observou o supervisor. A célula de disposição dos resíduos é toda impermeabilizada, visando a evitar o contato com o solo e lençol freático, e preparada para captação do biogás (gás de aterro) objetivando futura utilização mais nobre deste gás. O aterro sanitário, único na região Sul do Estado, é uma célula única, dividida em quatro fases. Atualmente, está em uso a primeira fase, que deverá ficar em funcionamento por aproximadamente dois anos.
O novo aterro sanitário, construído em uma área de 54 hectares, localizada à margem da BR-392, próxima à linha férrea no sentido Rio Grande-Pelotas, foi construído entre fevereiro de 2008 e fevereiro deste ano. "É um aterro construído nos padrões internacionais, que possui drenagem para captação de chorume, material que passa por tratamento primário e depois é transportado para tratamento definitivo em outro local", segundo o secretário municipal de Serviços Urbanos, Paulo Rogério Mattos Gomes.
Até o momento, o volume de resíduos existente na central gera quantidade insignificante de chorume. Quando houver em quantidade significativa, de acordo com o supervisor, o chorume será bombeado para a Estação de Tratamento Primário que, neste primeiro momento, conta com um tanque anaeróbio e duas lagoas facultativas. A partir desta, dependendo de suas características físico-químicas, o chorume será destinado a uma estação de tratamento definitivo ou, estando dentro do especificado pela legislação, poderá ter outro destino.
No entorno do aterro, foram plantadas 3.000 mudas de árvores de espécies nativas da região, as quais têm a função de mitigar o efeito do vento, o qual pode dispersar o odor e partículas. Diariamente, em torno de 120 toneladas de lixo doméstico são recolhidas na cidade e levadas para a Central. A vida útil da unidade toda está dimensionada para 27 anos.
Usina
O projeto da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos também prevê a construção de uma usina de triagem, a ser construída na entrada do antigo lixão municipal. Para sua construção, está sendo aguardada a Licença de Instalação, a ser emitida pela Fepam. A área do lixão será recuperada pela Prefeitura Municipal. Conforme o secretário Gomes, uma comissão técnica nomeada pelo Executivo Municipal está trabalhando na elaboração das diretrizes básicas de um projeto de recuperação do local, onde há mais de 30 anos era depositado o lixo doméstico rio-grandino.
(Por Carmem Ziebell, Jornal Agora, 11/11/2009)