Nomes como Fogo Zero e Bolsa Floresta. Objetivos que incluem o plantio de 1 bilhão de árvores e a captação de bilhões de dólares em compensações pelo desmatamento evitado. Esses são alguns dos projetos ambientais lançados pelos governos da Amazônia Legal que buscam a simpatia da comunidade internacional e, ao mesmo tempo, atender a demandas internas por mais empregos e desenvolvimento.
Após quase dois anos de discussões, os governadores da região (Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Acre, Amazonas, Amapá, Tocantins e Maranhão) estão de malas prontas para levar essas intenções à conferência mundial do clima em Copenhague, em dezembro.
Na semana passada, o governo de MT lançou um plano que estabelece até 2020 uma meta de redução de desmatamento 25% maior do que a prevista pelo Ministério do Meio Ambiente no Plano Nacional de Mudanças Climáticas para o período, que propõe uma queda gradual de 80% em relação à média dos últimos anos.
O cumprimento da meta, porém, depende da inclusão da compensação financeira no acordo internacional. "Não vamos sacrificar a possibilidade de desenvolvimento dentro da lei a troco de nada", disse o governador Blairo Maggi (PR).
No Pará, recordista do desmatamento na região, o governo estabeleceu meta idêntica à do governo federal, mas também se comprometeu a "construir as parcerias e implementar projetos piloto" para pagamentos por desmate evitado.
Outro programa prevê o plantio de 1 bilhão de árvores até 2013. Em recente encontro ambiental na Califórnia, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) anunciou que já havia plantado 220 milhões de mudas, mas foi questionada: "É tecnicamente impossível plantar essa quantidade de mudas em tão pouco tempo", disse o deputado José Megale (PSDB).
O Amazonas tem desde 2007 a experiência do Bolsa Floresta, compensação de R$ 50 mensais paga a famílias que vivem em unidades de conservação e se comprometem a não desmatar.
O Acre lançou em setembro de 2008 a sua "Política de Valorização do Ativo Ambiental" - que inclui ações de cadastro e regularização fundiária e ambiental. Um dos objetivos é abolir o uso do fogo na agricultura do Estado, em proposta que foi apelidada de Fogo Zero.
(Por Rodrigo Vargas, Folha Online, 10/11/2009)