O blecaute que deixou as principais regiões do país às escuras apenas respingou no Rio Grande do Sul na noite de ontem.
Somente uma das concessionárias de energia confirmou um pequeno apagão em dois municípios gaúchos. A AES Sul, que atende à parte da Região Metropolitana, teve problemas em São Leopoldo e Sapucaia do Sul, onde cerca 70 mil moradores ficaram sem luz por aproximadamente cinco minutos por volta das 22h20min de ontem. Segundo a assessoria da empresa, o sistema foi desarmado a partir da linha de transmissão Gravataí, que recebe energia vinda de Itaipu e repassa para a Grande Porto Alegre.
Apesar do rápido desarme, a RGE e a CEEE não registraram até o fim da noite de ontem nenhuma situação relacionada ao blecaute. Em municípios do noroeste gaúcho, porém, houve relato de falta de abastecimento por poucos minutos na noite de ontem. Em Frederico Westphalen, a Brigada Militar informou ter ficado sem luz por volta das 22h30min. Em Porto Xavier, boa parte da cidade também ficou às escuras no mesmo período. O serviço foi restabelecido logo em seguida.
No Estado, a CEEE é a responsável pela transmissão da energia originada pelo Operador Nacional do Sistema às distribuidoras. O diretor de transmissão da estatal, José Francisco Pereira Braga, garantiu que o Estado escapou da pane de Itaipu.
Segundo Braga, o Estado está conectado ao sistema interligado nacional, que representa 18% do abastecimento de todo o país. O Rio Grande do Sul teria escapado da escuridão porque boa parte da energia consumida é fornecida por usinas situadas no próprio território gaúcho, como Machadinho, Barra Grande e Campos Novos.
– A Região Sul compra em torno de 15% da energia de Itaipu. O Rio Grande do Sul só compra 5% da energia gerada por Itaipu, mas isso não significa que use ou dependa dessa energia – assegurou o diretor da CEEE.
O desligamento também afetou parte do abastecimento em Santa Catarina. O diretor de operações da Celesc, Eduardo Sitonio, diz que o defeito causou problemas na rede que abastece a empresa e, em função disso, houve oscilação no fornecimento de energia no oeste catarinense, especialmente nas cidades de Videira e Caçador.
(Zero Hora, 11/11/2009)