Uma imagem divulgada esta semana deixou todo o mundo perplexo: as neves do Kilimanjaro, o famoso monte da Tanzânia, ponto mais elevado do continente africano, estão desaparecendo.
E a previsão é triste: em 20 anos, dizem os pesquisadores, não haverá um único campo de gelo na região. Que fenômeno é esse que afeta o Kilimanjaro, se repete em geleiras tropicais e chega até o Ártico?
No Ártico, acontece todos os anos a mais radical mudança de estação de todo o planeta Terra. Em três meses, quando chega o verão, sete milhões de quilômetros quadrados de gelo desaparecem. Tem sido assim há milênios, mas, nos últimos anos, o fenômeno mudou de escala. Cada vez, mais gelo derrete, um drama para os ursos-polares.
O período em que o oceano fica congelado é o melhor para os ursos-polares. A caça é farta e fácil. Cada urso precisa pegar uma foca por semana. Enquanto o mar está sólido, eles não passam fome. Ursos são exímios nadadores. E andar no gelo é a maneira mais fácil de se aproximar das focas.
É por isso que, quando o verão começa a clarear o Ártico, a situação fica sombria para os ursos. Aquecido pelo sol e agitado pelo vento, o gelo se despedaça todo.
Um urso pode sentir o cheiro de uma foca a mais de um quilômetro de distância, mas é difícil encontrar a presa em uma paisagem que não para de mudar. A cada dia sem comida, um urso jovem perde um quilo. As previsões mais recentes indicam que o Ártico pode ficar completamente sem gelo na época de verão daqui a 20 ou 40 anos. E talvez sem ursos.
(Fantástico / ANDA, 09/11/2009)