A defesa de uma nova ética, mais comprometida com os interesses coletivos, e uma atenção maior com o planeta que nos acolhe, foi a mensagem deixada pelo jornalista André Trigueiro em sua passagem de dois dias pela cidade de Porto Alegre. Convidado para lançar seu último livro “Espiritismo e Ecologia”, na capital gaúcha, o jornalista carioca cativou a atenção de dois auditórios lotados.
No sábado (7/11), no auditório da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes, centrou sua exposição na relação espiritual e ecológica, justificando não ter sentido uma religião que não tenha a sustentabilidade como seu ponto de partida. Já no domingo (8/11), na Feira do Livro de Porto Alegre, fez duras críticas aos exageros da sociedade de consumo.
Segundo André Trigueiro, dados do Ministério do Meio Ambiente comprovam que já se perdeu na Amazônia aproximadamente 17% de florestas. Desse total, 80% por causa da pecuária. “Quem matou Chico Mendes no Acre e a Irmã Doroty Stamm, no Pará”, enfatizou ele, ”foram pecuaristas”.
Dos cem municípios com maior taxa de homicídios no Brasil, conforme dados do Governo Federal, 80 são responsáveis pelas maiores taxas de desmatamento. “Portanto, existe vínculo entre depredação da Amazônia e violência. Não é possível falar de paz sem consumo consciente ou sustentável. Quantos de nós perguntamos, por exemplo, de onde vem a madeira que usamos?, indagou ao público”.
André Trigueiro explicou nos dois eventos que o livro “Espiritismo e Ecologia”, começou a surgir, involuntariamente, em 2004, quanto foi convidado a ministrar uma palestra para espíritas sobre Ecologia e Paz. “Na ocasião, depois de algumas pesquisas, constatei que na maioria dos casos, os assuntos ecológicos eram considerados periféricos para os espíritas. Quanto muito, eram citados no decorrer de alguma palestra que tinham como tema principal outro assunto”, enfatizou ele.
Mais informações sobre as palestras de André Trigueiro em Porto Alegre no programa Sintonia da Terra, na próxima quinta-feira (12), a partir das 10h15min, na Rádio da Universidade (AM 1080).
(Por Juarez Tosi, EcoAgência, 09/11/2009)