A Braskem, maior fabricante de produtos petroquímicos da América Latina, dá um novo passo em seu processo de internacionalização. A empresa vai construir no México, em parceria com o grupo mexicano Idesa, um complexo petroquímico com investimentos estimados em US$ 2,5 bilhões. O complexo será composto de uma unidade de produção de etileno, com capacidade de um milhão de toneladas por ano, e três unidades de produção de polietileno - a matéria-prima para a fabricação de produtos plásticos.
O grupo brasileiro será majoritário na joint venture com a Idesa. Do total de US$ 2,5 bilhões a serem investidos no projeto, cerca de 70% devem vir de financiamentos - as fontes ainda não estão definidas - e o restante deve ser capital próprio dos sócios. Se tudo correr dentro do planejado, a ideia é que o complexo comece a funcionar em 2015.
A definição do projeto se deu após a joint venture vencer uma licitação aberta pela estatal Petróleos Mexicanos (Pemex), que vai fornecer os 66 mil barris diários de gás etano que vão viabilizar o complexo petroquímico, batizado de Etileno XXI. Inicialmente, esse complexo seria construído pela própria Pemex, em parceria com o grupo canadense Nova Chemicals. Mas divergências em relação ao preço do etano que seria fornecido pela Pemex fizeram com que o projeto estatal fosse abandonado em 2007, e repassado à iniciativa privada. O México atualmente tem de importar produtos petroquímicos derivados do etano, e o objetivo, com a construção do complexo, é mudar essa situação.
Para a Braskem, que pertence ao Grupo Odebrecht, a chegada ao México vai representar a entrada definitiva no mercado norte-americano - uma vez que o México faz parte do Nafta, mercado comum que une o país aos Estados Unidos e ao Canadá. Além de abastecer o mercado mexicano, deve haver ainda um excedente de produção que poderá ser exportado para os Estados Unidos, que, segundo estudos, devem deixar de ser autossuficientes exatamente a partir de 2015. O investimento, no entanto, não deve fazer com que o grupo brasileiro adie sua intenção de compra de uma unidade petroquímica nos Estados Unidos.
O presidente da Braskem, Bernardo Gradin, anunciou que a empresa analisa “mais do que um alvo” no país. O mercado americano é prioritário dentro dos planos do grupo petroquímico brasileiro de se tornar um dos cinco maiores competidores globais até 2020. E Gradin já disse várias vezes que quer aproveitar o momento atual, em que os ativos petroquímicos nos Estados Unidos estão desvalorizados, para entrar de vez no país. Os planos internacionais da Braskem incluem também a América do Sul. A empresa constrói duas unidades petroquímicas na Venezuela, em parceria com a estatal Pequiven. A princípio, a previsão era iniciar as operações em 2010. Esse prazo, no entanto, foi postergado no ano passado para uma janela entre o final de 2011 e o começo de 2012. Neste ano, esse prazo foi adiado para 2013.
Randon projeta ritmo intenso até dezembro
Maior confiança, maior atividade econômica, mais transporte. Este é o sentimento da Randon S.A Implementos e Participações, de Caxias do Sul, com relação ao cenário econômico nacional para o restante do ano. A perspectiva decorre do aumento verificado nas vendas de caminhões e veículos rebocados rodoviários e ferroviários, em setembro, em relação aos demais meses do terceiro trimestre.
Para o diretor corporativo e de relações com os investidores, Astor Schmitt, o Brasil possui mercado interno promissor e capaz de sustentar o crescimento de longo prazo. Ele lembra que 58% da riqueza brasileira são transportados em modal rodoviário.
No entanto, a expectativa favorável iniciada progressivamente há alguns meses ainda não se refletiu nos resultados do terceiro trimestre. A organização apurou lucro líquido consolidado de R$ 27 milhões, elevando o acumulado do ano para R$ 98,2 milhões, valores, respectivamente, 55,6% e 46,1% inferiores na comparação com os períodos correspondentes.
A empresa obteve receita líquida consolidada de R$ 594,7 milhões no trimestre, 32,2% inferior ao mesmo período de 2008. O valor acumulado no ano é de R$ 1,750 bilhão, recuo de 24,8%. A receita bruta trimestral somou R$ 892,1 milhões e a acumulada, R$ 2,630 milhões, valores 34,1% e 24,3% inferiores aos idênticos períodos do ano passado.
As vendas para o exterior totalizaram US$ 44,6 milhões no trimestre, recuo de 45,7%. No acumulado o valor ficou em US$ 117,5 milhões, em queda de 46,7%. As exportações representaram 13,9% da receita líquida consolidada do ano contra 15,9% no mesmo período de 2008.
No segmento de implementos rodoviários, ferroviários e veículos especiais o trimestre foi marcado pela quebra do movimento de alta no ritmo de novos pedidos, situação alterada somente em setembro. As vendas de implementos rodoviários foram influenciadas por modelos para a construção civil, agricultura, transporte de combustíveis e bens de consumo. Por conta desta situação a participação deste negócio no todo da companhia caiu dois pontos no trimestre, para 45,3%.
(JC-RS, 09/11/2009)