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passivos da siderurgia arcelormittal cvrd
2009-11-06

É cada vez mais difícil acreditar na construção de uma siderúrgica na região de Anchieta sem que traga prejuízos ambientais de grande porte para a região. Mesmo com o alerta que impediu a instalação da Baosteel devido à indisponibilidade hídrica, a Vale insiste e como parceira escolheu a Arcelor Mittal, conhecida no Estado por poluir o ar da Grande Vitória de forma indiscriminada.

A informação foi divulgada pelo empresário indiano Lakshmi Mittal, controlador da ArcelorMittal ao jornal “Valor Econômico”. A ArcelorMittal vai investir US$ 5 bilhões no Brasil para substituir a Baosteel na parceria com a Vale para a construção de uma siderúrgica em Anchieta e o questionamento dos ambientalistas é: “Se a Baosteel foi rejeitada devido aos impactos, onde está a garantia de que a CSU não causará o mesmo?”.

Segundo o Gama, a Baostell prometia uma produção inicial de 5 milhões de toneladas/ano de aço, a mesma quantidade informada pela Vale sobre a produção da CSU. Outro desencontro de informações é quanto ao número de trabalhadores. Segundo a Vale, a CSU empregaria 18 mil trabalhadores, o que já traria problemas de infraestrutura pra a região. Entretanto, o projeto tem a mesma capacidade de produção da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), instalada no Rio de Janeiro e que possui atualmente 27 mil trabalhadores.

Na avaliação dos ambientalistas, a união das duas poluidoras é um risco, independentemente das promessas “sustentáveis” apresentadas pela Vale até o momento. Isso porque, além da indisponibilidade hídrica, a região já atingiu os níveis de poluição permitidos pela legislação.

Eles questionam também a necessidade das indústrias na região que vão de encontro às propostas mundiais de minimizar a emissão de gases efeito estufa e em um momento em que há excesso de capacidade de aço no mundo.

A alegação é de que os prejuízos gerados pela Samarco na região são visíveis e irreversíveis e podem ser vistos nas condições de vida, de trabalho e no meio ambiente. A saúde da população de Anchieta também foi afetada por doenças alérgicas e pulmonares, tais como asma e bronquite, segundo os ambientalistas. E, atualmente, os níveis de contaminação do ar não são divulgados.

Sem alterações no quadro ambiental e social, fica difícil para a população imaginar qualquer benefício com a instalação da CSU, além do emprego e, ainda, temporário, já que não há escolas profissionalizantes, conforme prometido, para capacitar a população para trabalhar na siderúrgica.

Para garantir uma instalação isenta de prejuízos à população e ao meio ambiente, mesmo que apenas parcialmente, seria necessário, no mínimo, diz o Gama, que antes de viabilizar a CSU o município, de fato, tivesse o controle das informações que dizem respeito à condição de vida das pessoas. Afinal, além da CSU, estão previstos para a região também dois píeres, um gasoduto da Petrobras e ainda a construção da  quarta usina de pelotização da Samarco.

Só em Anchieta, a previsão é que o município passará de 20.226 habitantes para 100 mil habitantes em sete anos. O projeto da mineradora da Vale em Anchieta está previsto para 2014. Também no sul do estado, a multinacional Ferrous Resources do Brasil confirmou investimentos em Presidente Kennedy, na construção de três usinas de pelotização.

Arcelor resite à assinatura de TAC
A Arcelor Mittal se recusa a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), cobrado pela Associação dos Bairros de Vitória. Como justificativa, diz que já cumpre as medidas mitigatórias relacionados à poluição que provoca. Em função disso, uma audiência já foi realizada através da Câmara dos Vereadores de Vitória, mas até a agora nada foi definido.

Segundo a Associação dos Bairros de Vitória, os moradores que sofrem com a poluição das empresas querem que a Arcelor assine o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público Estadual (MPES), assim como foi feito com a Vale, que teve apenas o nome alterado para Termo de Compromisso Ambiental (TCA), por uma exigência da empresa.

Essa não é a primeira vez que a sociedade civil organizada tenta cobrar da antiga CST que minimize seus impactos. Em março de 2004, a Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema) já havia protocolado requerimento com o mesmo fim junto ao Ministério Público Federal (MPF), sem sucesso. Entretanto, a siderúrgica insiste em afirmar que o cinturão verde implantado em volta da empresa e o fato de os “morros de pelota” estarem abaixo do nível da empresa já seriam suficientes para minimizar seus impactos ambientais.

Entretanto, os bairros atingidos diretamente pela poluição, como os abrangidos pela  Associação dos Bairros de Vitória – Ilha do Boi, Ilha do Frade, Enseada do Suá, Praia do Suá, Barro Vermelho, Mata da Praia e Santa Luzia, entre outros – continuam sofrendo os efeitos da degradação. O impacto, afirmam eles, pode ser visto no aumento de doenças alérgicas, como rinite, sinusite, bronquite e até no desenvolvimento de doenças respiratórias como a asma. O problema é ainda maior entre as crianças e idosos, afirmam eles.

Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público Estadual (MPES), inclusive para investigar se a siderúrgica está causando danos ao meio ambiente, principalmente decorrentes da emissão do ar de particulados, conhecidos pela população como “pó preto”. Ao todo, 59 poluentes, sendo 28 altamente nocivos à saúde, são despejados no ar da Grande Vitória pelas grandes indústrias.

(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 05/11/2009)


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