A Vigilância Ambiental em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, realizou no auditório da Câmara de Comércio, o 1º Simpósio de Vigilância Ambiental em Saúde relacionada à Qualidade do Ar no Município. O evento debateu a qualidade do ar e sua influência na saúde da população rio-grandina, considerando que doenças cardiovasculares e respiratórias podem ser relacionadas à poluição. Também foram definidas propostas de ações para uma melhor avaliação desta questão. Os participantes do simpósio concluíram que o monitoramento do ar, que hoje é feito pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fempam) a cada seis dias, deve ser realizado diariamente. E o monitoramento diário será proposto à Fepam.
Conforme a diretora da Unidade de Zoonoses e Vetores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Elizabeth Estima, também ficou evidenciada a necessidade de serem incluídos outros parâmetros no monitoramento visando à obtenção de dados mais precisos sobre a qualidade do ar do Rio Grande. A intenção é de contar com subsídios para avaliar melhor a saúde da população. Os parâmetros a serem solicitados serão estudados pela SMS e a Furg para, depois, serem propostos à Fepam. Sobre a necessidade de monitoramento diário do ar, a secretária municipal de Saúde, Zelionara Branco, relatou que, como atualmente ocorre a cada seis dias, ficam conhecidos os índices de poluição apenas do dia de verificação e dos outros cinco dias não há informação. Por isso, a SMS fica sem condições de verificar se o índice de poluição do Rio Grande afeta a saúde de moradores.
A SMS elegeu duas unidades de referência - Rita Lobato e Materno Infantil - para avaliação epidemiológica. A primeira está localizada numa área possivelmente influenciável pela poluição (área da refinaria de petróleo) e a segunda em local sem tanta influência. A equipe das duas unidades faz a sua parte, mas, devido à falta de dados, não há como verificar se as doenças registradas se devem aos índices de poluição da cidade. Outra ação definida no simpósio é a continuidade do Vigiar em Rio Grande. O Vigiar é um programa do Ministério da Saúde, relacionado à qualidade do ar, que estuda o impacto do ambiente na saúde da população. Na abertura do evento, a secretária Zelionara Branco destacou a importância do debate sobre a qualidade do ar e ações de Vigilância Ambiental em Saúde. "Rio Grande tem um perfil industrial que tende a aumentar cada vez mais, por isso, é necessário discutir os estudos, pesquisas e ações que já vêm sendo realizadas”, ressaltou Zelionara.
O evento contou com a presença do vice-prefeito Adinelson Troca, da secretária municipal da Saúde, da secretária municipal do Meio Ambiente, Mara Núbia de Oliveira, da diretora da Unidade de Zoonoses e Vetores da SMS, além de técnicos da área da saúde e do meio ambiente, servidores, estudantes, palestrantes e outros convidados.
(Por Carmem Ziebell, Jornal Agora, 05/11/2009)