Um Plano Diretor para regrar o destino das águas da chuva em Santa Maria. Com esse objetivo, a Comissão de Desenvolvimento Econômico e Serviços Públicos da Câmara começou ontem a trabalhar na elaboração da legislação. A pedido da Defesa Civil do município, que sofre com os chamados devido aos constantes alagamentos na cidade, a comissão reuniu técnicos da prefeitura, da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para discutir a elaboração do plano. O esgoto pluvial é de responsabilidade da prefeitura, e o cloacal (esgoto de banheiro), da Corsan.
Na audiência, técnicos enumeraram as possíveis causas para os alagamentos. Para o secretário de Infraestrutura, Habitação e Serviços, Haroldo Pouey, há partes da cidade que estão impermeáveis devido às muitas construções, que impedem que a água da chuva penetre no solo.
Representante da Fepam, José Antonio Mallmann diz que as construções em terrenos irregulares também contribuem para os frequentes alagamentos na cidade. A redução das áreas de proteção entre prédios foi outro fator apontado por Malmann como causador do problema. Com a diminuição, segundo ele, ficou um espaço muito pequeno para a água escorrer.
O presidente da comissão, vereador Sérgio Cechin (PP), cobrou mais rigor da prefeitura na fiscalização das construções para verificar se o escoamento das águas está sendo respeitado. Cechin alerta que há ligações clandestinas de esgoto cloacal no pluvial, ajudando a provocar as inundações.
– Com o tempo, pode até implodir prédios em Santa Maria. No Parque Itaimbé, veio um pavimento de um prédio abaixo. No bairro Nossa Senhora de Lourdes, também se foi um pavimento. Nos preocupa isso – afirmou Cechin, que é engenheiro civil.
(Diário de Santa Maria, 05/11/2009)