A partir de 2010, a Câmara Municipal de Cascais (sudoeste de Portugal) vai passar a comprar apenas produtos que sejam ecologicamente sustentáveis, para reduzir a liberação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Representada pela agência municipal Cascais Energia, a autarquia vai aderir a um projeto europeu da Climate Alliance, uma organização internacional de combate às mudanças climáticas, com o objetivo fundamental de adquirir produtos ecológicos que sejam "amigos do ambiente e que reduzam a emissão de CO2".
"Não faz sentido continuarmos a comprar produtos da Ásia, que até podem ser mais baratos, mas que não são amigos do ambiente", disse à Agência Lusa o administrador da Cascais Energia, João Dias Coelho.
Definindo como premissas a qualidade do produto, sua durabilidade e coesão social, a autarquia de Cascais só comprará equipamentos e produtos que atendam a exigências ambientalmente sustentáveis, entre eles lâmpadas LED ("sigla em inglês para Diodo Emissor de Luz") e equipamentos de informática.
"Ao nos unirmos a este projeto, estamos a colocar Cascais numa posição importante dentro do conjunto de países europeus onde o projeto já está inserido, além de que incentivamos a redução de custos e contribuímos para a redução de CO2, o nosso principal objetivo", disse Dias Coelho, que adiantou ainda que o município de Torres Vedras também tem interesse em participar da iniciativa.
Coordenado pelo Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais de Nível Local (Iclei), o projeto da Climate Alliance, já existente em vários países da Europa, como Inglaterra, Espanha, Grécia e Itália, chega agora a Portugal, expressamente a Cascais, que se assume como "um concelho orgulhoso por se preocupar e contribuir para a melhoria do ambiente".
De acordo com o presidente da Cascais Energia e vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, a adesão ao projeto é o "reforço de um compromisso da empresa com as preocupações que existem em nível de alterações climáticas".
"O nosso compromisso é reduzir a emissão de CO2, que é uma obrigação e uma urgência", destacou o responsável, que lembrou, no entanto, que "ainda há muito a fazer em nível ambiental". A Climate Alliance busca promover a redução contínua das emissões de CO2 ao ritmo de 10% a cada cinco anos.
Até 2030, as cidades e municípios que aderirem à iniciativa se comprometem a reduzir suas emissões de gases que intensificam o efeito estufa a um nível sustentável de 2,5 toneladas de CO2 por habitante ao ano, implementando medidas de uso energético racional e promovendo o uso de energias renováveis.
(Lusa / UOL, 04/11/2009)