Para que receba o selo combustível social na região Sudeste e Sul do país, uma usina de biodiesel precisa que, no mínimo, 30% de sua matéria-prima seja proveniente da agricultura familiar. Os benefícios para a empresa vão desde o pagamento diferenciado de alíquotas como PIS e Cofins até acesso preferencial às compras governamentais de combustível. A agricultura familiar também é beneficiada com esse medida. Na Oleoplan, o engenheiro agrônomo Samir Piccoli lembra que mais de 50% da matéria-prima empregada na produção do biodiesel vêm dos pequenos produtores.
Na propriedades de João Paulo Cenci, a família se divide entre a produção de milho e de soja, a última quase que exclusivamente vendida para a produção de biodiesel. Neste ano, foram colhidos cerca de 96 toneladas de soja, e para o ano que vem a expectativa é de 144 toneladas, crescimento justificado, segundo Cenci, pelo bom momento que a cultura enfrenta.
– A soja nos últimos dois, três anos, tem sido um mercado bom. Às vezes os preços não acompanham, mas a comercialização vai fácil.
Cenci, que planta soja há 15 anos, é um dos pequenos agricultores que vende para a usina de biodiesel. Ele acredita que a antecipação da medida que adiciona 5% do combustível ao diesel deverá beneficiar o setor.
– A agricultura cresce junto com a empresa (Oleoplan), a soja hoje é produzida aqui ou em outro lugar, e pode ser transportada, porém como a usina é aqui temos a vantagem do custo do frete – comenta.
Diversificação de matérias-primas
Na apresentação da medida, dia 23 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que a Petrobras Biocombustíveis, responsável pelas compras de biodiesel no Brasil, assuma a iniciativa de buscar a diversificação das matérias-primas para o biodiesel.
(O Pioneiro, 03/11/2009)