Os deputados gaúchos aprovaram na tarde de hoje (03/11) o projeto de lei 13/2007 que dispõe acerca da veiculação de informes oficiais de alerta à população sobre riscos causados por fenômenos meteorológicos. A iniciativa parlamentar se deu em virtude das freqüentes devastações provocadas no Rio Grande do Sul pelos fenômenos naturais, atingindo diversos municípios com força avassaladora. A iniciativa é do deputado Giovani Cherini (PDT) e tem quinze dias úteis para ser sancionada pela governadora Yeda Crusius.
Segundo o autor da proposição, a iniciativa visa monitorar tanto as autoridades quanto a população no caso de ocorrência de um fenômeno grave em solo gaúcho, como aconteceu com o Catarina, cujo episódio não foi antecedido de advertências que garantissem a devida orientação aos moradores daquele município. Para ele, “com informações precisas, as autoridades locais poderão adotar procedimentos preventivos para diminuir os estragos, proteger a população, salvar vidas e reduzir os danos pessoais e materiais”, complementa.
Com a lei em vigor, serão veiculados, pelos meios de comunicação, informes oficiais, em caráter de utilidade pública, para alertar a população sobre os riscos causados pela possível ocorrência de fenômenos meteorológicos de grande impacto, mediante aviso da Defesa Civil. O informe conterá, ainda, sugestões de medidas preventivas adequadas a serem adotadas em eventual situação de emergência. A divulgação das informações de utilidade pública será efetuada, preferencialmente, pela Fundação Cultural Piratini, através da Televisão Educativa - TVE - Canal 7, e da Rádio FM Cultura - 107.7 MHZ.
Os fenômenos naturais, segundo cientistas mundiais, estão mais freqüentes e intensos, em parte, devido ao chamado efeito estufa, responsável pelo aquecimento de 1º C da temperatura média da Terra nos últimos cem anos. Alguns especialistas defendem que a intensidade dos fenômenos, especialmente os furacões, fazem parte de um ciclo natural do planeta. Recente pesquisa norte-americana, publicada na revista Science, afirma que os furacões mais intensos devem se tornar mais freqüentes. Além disso, um levantamento feito por pesquisadores em todas as bacias oceânicas nos últimos 35 (trinta e cinco) anos constatou que os furacões classificados como quatro e cinco (os mais fortes) praticamente dobraram nesse período.
O assunto diz respeito também ao Atlântico Sul, tanto que a comunidade científica não descarta a possibilidade de uma nova ocorrência como o “Catarina” na costa meridional do Brasil. O “Catarina” se originou de um ciclone extratropical, um sistema verificado inúmeras vezes ao longo de um ano no litoral do Sul do Brasil. Esses ciclones mais fortes produzem tempestades e podem favorecer o surgimento de tornados.
(Por Luiz Junior, Ascom AL-RS, 03/11/2009)