Fraude ocorria no PA e usava trabalhadores rurais como laranjas. Polícia prendeu dois suspeitos de roubar mais de R$ 30 milhões
A Polícia Federal prendeu, no Pará, duas pessoas suspeitas de participação num esquema criado para desviar recursos do Pronaf, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, do governo federal. O empresário José de Abreu e seu irmão são acusados de falsificar documentos para conseguir liberar mais de R$ 30 milhões em recursos.
“O esquema era da seguinte forma: se arregimentavam trabalhadores, pediam para essas pessoas as cópias dos documentos, forjavam as assinaturas e, com a conivência dos funcionários das instituições financeiras, eles conseguiam liberar os recursos. Eles davam uma quantia irrisória para o laranja, inocente na maioria das vezes, e se apropriavam do restante dos valores”, explicou Antônio Cunha, delegado da Polícia Federal. Foram apreendidas motos, caminhonetes e documentos falsificados de trabalhadores rurais nas casas dos envolvidos e de empresas que elaboravam projetos de assentamentos.
A fraude era investigada há três anos pela Polícia Federal e há indícios de participação de servidores públicos da Adepará, Agencia de Defesa Agropecuária do Estado,e do Incra, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. “Há indícios da participação de servidores na emissão de guia de trânsito animal falsa e de documentos de aptidão ao Pronaf falsos”, completou o delegado. O outro suspeito, Raimundo Oliveira, que é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itupiranga, foi preso em Belém.
(Globo Amazônia, com informações do Globo Rural, 29/10/2009)