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código florestal política do agronegócio
2009-10-30

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) defendeu, nesta quinta-feira (29/10), a proposta de atualização do Código Florestal, cuja votação foi impedida na quarta-feira (28) por uma manifestação na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados. Ela disse que os parlamentares estão debatendo a questão ambiental há 13 anos, sempre procurando atualizar e corrigir distorções, e que, nesse período, têm assistido a um grupo de pessoas, "que se dizem ambientalistas", fazerem do tema uma reserva de mercado.

- Fizeram mudanças no Código Florestal Brasileiro sem debater com a sociedade e influenciando presidentes da República a fazer mudanças unilaterais, apenas discutindo com o Ministério do Meio Ambiente, através de medidas provisórias, decretos e legislação imposta pelo Conama - disse a senadora.

Kátia Abreu anunciou que os produtores rurais estão dispostos a debater o tema procurando ajuda e estudando o assunto, para poder realmente contribuir. Ela garantiu que o setor deixou de lado as armas, as prevenções, o radicalismo e está aberto para conseguir um debate elevado, racional e lógico.

Na avaliação de Kátia Abreu, "os ditos ambientalistas" impediram o debate e trouxeram prejuízos ao Brasil, impondo de forma radical uma legislação que inviabilizou o país. Ela assinalou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) demonstrou ao presidente Lula que no caso da legislação ser cumprida à risca, 71% do país estaria ainda com sua cobertura florestal nativa.

- Portanto, não seríamos hoje a fazenda do mundo, o grande produtor moderno de alimentos. A discussão do meio ambiente infelizmente só veio nessa geração. Nossos pais, avós e bisavós nunca ouviram falar de aquecimento global, mudanças climáticas ou biodiversidade. Naquela época, a preocupação principal era a produção de alimentos, pois éramos os maiores importadores de alimentos do mundo - afirmou.

A senadora disse que desde dezembro do ano passado, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que também preside, decidiu entrar no debate sobre a legislação ambiental, mas com três diretrizes: não discutir meio ambiente sem tratar, ao mesmo tempo, de economia; sem os cientistas; e sem contar a história da agricultura brasileira. Desde então, a senadora já participou de 91 reuniões em todo o Brasil, discutindo esse tema.

- Não trabalhamos na calada da noite. Não fizemos movimentos de grita contra a sociedade. Com voz baixa e humildade, optamos pelo desmatamento zero na floresta. Optamos por trabalhar pelos serviços ambientais para compensar esses brasileiros cujo patrimônio está impedido de ser desmatado. Ainda aceitamos que os erros cometidos pelos agricultores no passado possam ser corrigidos de acordo com a ciência. Chega de acusações, chega de aberrações e de querer ganhar no grito - disse.

Kátia Abreu disse que, além de corrigir os erros, os agricultores querem que as áreas produtoras de alimentos possam ser legalizadas. Ela acrescentou que, para os próximos desmatadores ilegais, será possível "apertar o cerco e punir fortemente". A senadora lembrou que a anistia existe desde 400 A.C. e que o perdão, às vezes, é mais útil que a punição. Ela perguntou se o Greenpeace quer que o Brasil se torne importador de grãos de países que dizimaram as suas próprias florestas.

(Agência Senado, 29/10/2009)


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