A segunda geração dos transgênicos ainda não chegou ao país, mas deve entrar em breve na pauta de discussões da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A previsão é do presidente do órgão, o bioquímico Walter Colli. Ele afirmou que a liberação da soja com ômega 3 nos EUA abre caminho para que o produto chegue à América Latina.
— A comissão ainda analisa trangênicos de primeira geração. Mas, agora que liberaram nos EUA, não tenho dúvidas de que virá logo para o Brasil — disse.
Colli manifestou simpatia pela nova soja. Para ele, a invenção pode democratizar o consumo de ômega 3, que só existe naturalmente em alta concentração em peixes nobres, como salmão e atum.
— As pessoas de baixo poder aquisitivo não conseguem comprá-los. Se o óleo de soja for enriquecido com a substância, mais gente poderá consumi-la — afirmou o presidente da CTNBio.
— Não acredito que seja uma panaceia, mas parece melhor do que o que está disponível hoje.
Colli deixou claro que apoiará a liberação do produto, caso fique comprovado que ele tem as propriedades anunciadas pela fabricante. Até o fim do ano, a CTNBio deve analisar o pedido de liberação da primeira soja transgênica brasileira, desenvolvida pela Embrapa.
Segundo Colli, ela seria mais resistente a herbicidas do que a natural.
— Será a primeira soja transgênica brasileira. Se o produto for bom, será positivo aprová-lo. Com isso, o Brasil pode fincar um pé no mercado chinês, hoje dominado pela Monsanto — disse.
(Por Bernardo Mello Franco, O Globo / IHUnisinos, 29/10/2009)