Facilitar a absorção da chuva e, assim, evitar alagamentos é o principal objetivo do Projeto de Lei (PL) 75, que tramita na Câmara de Vereadores. Se for aprovado e virar lei, o PL das calçadas ecológicas obrigará os proprietários de imóveis residenciais de loteamentos novos ou a ser regularizados a destinar o mínimo de 30% para permeabilidade do solo. Passeios em área residencial que precisarem ser reconstruídos também deverão se adequar. Para facilitar a circulação de pessoas, a área de permeabilidade (com vegetação rasa ou algum material adequado para esse fim) deverá ser localizada a partir do alinhamento do imóvel.
O autor do texto, vereador Ivo Fiorotti (PT), disse que não se baseou em nenhuma lei vigente em outro município, mas que teve a ideia depois de observar como Canoas e cidades como São Paulo estão cada vez mais tomadas por construções.
– A tendência das cidades é se tornarem um grande tapete de cimento. Garantir a permeabilidade é uma questão fundamental – afirma, lembrando que 118 quilômetros de rua ainda não têm asfalto em Canoas.
A professora de Mecânica dos Solos dos cursos de Engenharia Civil e Ambiental da Ulbra, Eliana Maria Lisboa, afirma que esse cuidado na hora de pavimentar os passeios públicos é muito importante, pois, do contrário, o escoamento da água fica todo por conta do sistema de esgoto pluvial. Ela salienta que há blocos de concreto vazados, que ajudam na absorção da água, mas que a grama é uma ótima solução, pois também evita que o solo fique duro.
(Zero Hora, 30/10/2009)