O belo cenário natural das dunas cearenses pode ser o lugar perfeito para a geração de energia. A força dos ventos na região faz com que a velocidade dos sopros chegue a até 8 metros por segundo, o que possibilita bom aproveitamento para implantação de parques de energia eólica, mas a expansão das enormes torres realizada de forma pouco planejada pode representar um sério risco ambiental, como explica matéria publicada no portal UOL.
Ministério Público Federal reconheceu problemas na implantação de parques eólicos, que incluem a devastação de dunas, o aterramento de lagoas, interferências em aquíferos, a destruição de casas e conflitos com comunidades de pescadores. Vale ressaltar que a energia eólica é considerada uma das formas mais limpas de se produzir energia elétrica.
A Página 22 conversou com Selma A. Kawana, da Excelência Energética Consultoria, sobre este assunto. Assista ao video aqui, da seção Ponto de Vista. O Ceará hoje concentra o maior parque eólico do país, com 267,90 MW (megawatts) de energia sendo geradas pelo vento em 11 usinas já instaladas. Há planos para a inauguração de outros três grandes parques no Estado até o final do ano.
Para Jeovah Meireles, professor do departamento de geografia da UFC (Universidade Federal do Ceará), o principal problema é o local de instalação das torres de energia eólica. “Não haveria qualquer problema se os parques fossem instalados logo atrás das dunas, nas zonas dos tabuleiros, onde a velocidade dos ventos alcança níveis europeus, de 6 m/s (metros por segundo). Mas não, como nas dunas são alcançados 8 m/s, visualiza-se um resultado maior com menos custos”, disse Meirelles em entrevista ao UOL.
Para instalação de parques eólicos não é necessário fazer um Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima), pois normalmente é exigido apenas um relatório simplificado para a expedição da licença ambiental, dada pelos órgãos estaduais. Após tantas denúncias no Ceará, a Semace (Superintendência Estadual de Meio Ambiente) decidiu cobrar o EIA-Rima dos projetos nos próximos processos de licenciamento.
(Blog da Página 22, 27/10/2009)