A Justiça Federal bloqueou os bens do deputado federal Henrique Amorin (PTB/RO). Em um esquema de corrupção, o parlamentar – juntamente com mais 11 empresários – foi favorecido pelos servidores da Superintendência Federal de Agricultura em Rondônia (SFA/RO), órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Abastecimento. Amorin é um dos 210 deputados que assinaram o requerimento da CPMI para investigar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O Procurador da República, Reginaldo Trindade, explica que Amorin garantiu a nomeação do superintende do órgão, Orimar Martins da Silva, o que benificou o deputado. “A participação do deputado federal era de assegurar que os interesses dele – enquanto empresário do ramo agropecuário e como pessoa muito ligada a esse setor – fossem garantidos. Ele conseguiu que pessoas bem próximas a ele passassem a ocupar a SFA. Essas pessoas passaram a defender os interesses do Amorin e das empresas envolvidas no esquema.”
Em troca de propina, os servidores favoreceram, pelo menos, cinco frigoríficos, um laticínio e um curtume. No esquema, os empresários falsificavam a data de validade de queijos e adulteravam a pesagem de carnes, usando para isso injeção de água sob pressão. O esquema foi descoberto pela Operação Abate, em uma ação conjunta da Polícia Federal com o Ministério Público Federal (MPF) de Rondônia em junho deste ano.
A Justiça pediu o bloqueio de todos os bens dos envolvidos no esquema de corrupção como forma de garantir a restituição aos cofres públicos. O MPF exige o pagamento de R$ 5 milhões por danos morais. Por ser deputado, Amorin tem fórum especial no âmbito criminal, mas pode ser processado no âmbito civil.
Veja aqui a lista completa dos parlamentares que votaram a favor da CPMI.
(Radioagência NP / MST, 27/10/2009)