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emissões de co2 mercado de carbono
2009-10-28

O desempenho fraco da União Européia levará a um leve crescimento no comércio de CO2 em 2009, porém a possibilidade de novas leis de 'cap-and-trade' em diversos países trazem a perspectiva de que o mercado alcance US$ 1,9 trilhões em 2020.

O mercado de carbono mundial registrou uma queda de 27% do segundo para o terceiro trimestre de 2009, mas as previsões ainda são positivas e o mercado poderá fechar o ano valendo US$ 122 bilhões, segundo a análise da consultoria New Energy Finance. Se for confirmado esse valor, será registrado um crescimento modesto de 3% em relação a 2008, quando o mercado alcançou US$ 119 bilhões, mas ainda assim um grande salto em relação aos US$ 65 bilhões de 2007. O volume negociado deve chegar a 7.588 MtCO2, demonstrando também um significativo avanço de 107% em relação a 2008.
 
“Estes números mostram que os mercados de carbonos não são imunes a recessão. Entretanto, se esses países aprovarem suas legislações, o que é bastante provável, o mercado global deve continuar seu crescimento após 2012 com maiores volumes e preços”, explicou o chefe de pesquisas de mercado de carbono da consultoria, Guy Turner.

MDL

No mercado de carbono das Nações Unidas, ligado ao Protocolo de Quioto, o volume de reduções certificadas de emissões (RCEs) comercializadas aumentou 36%, com os preços subindo 46% . As RCEs são geradas por projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa dentro do chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A quantidade de RCEs negociadas apresentou crescimento trimestre por trimestre desde 2008, com a ONU gradualmente emitindo cada vez mais delas.

O interesse pelas RCEs também cresceu por razões especulativas, com a preocupação com a falta de suprimento de RCEs de curto prazo, aumentou a procura por créditos de dezembro de 2009. Isto resultou em preços mais altos em 2009 do que em anos futuros e no aumento da atividade de comércio.

Regiões
O Esquema de Comércio de Emissões da União Européia (EU ETS) ainda é responsável por 71% do comércio das emissões e 83% dos valores negociados no mercado global. Porém, a participação da Europa declinou desde o segundo trimestre, quando representava 88% do mercado mundial em valores e 80% em volume. A principal razão para esta queda foi a divulgação da fraude carrossel, que utilizava mecanismos dos impostos VAT para lucrar em cima dos créditos de carbono. Apenas em junho, a redução das negociações foi de 133% em relação a maio.

Apesar de ainda ser de caráter voluntário, o mercado dos Estados Unidos registrou 8% de crescimento, o que não foi suficiente para compensar as perdas européias e evitar a queda global do mercado no terceiro trimestre.

Neste país existem dois esquemas regionais de limite e comércio de emissões -  a Iniciativa Climática do Oeste (WCI) e a Iniciativa Regional de Gases do Efeito Estufa (RGGI). Esta última é hoje a que mais se desenvolve, já tendo realizado cinco leilões de permissões desde 2008.

O RGGI registrou um crescimento nas atividades de comércio, que seguiram a tendência dos meses anteriores. Na antecipação do quinto leilão de créditos, as atividades aumentaram 8% no segundo trimestre. Porém os preços diminuíram, o que levou a uma queda geral no valor do mercado em 10%.

No leilão em si, realizado no dia 9 de setembro, foram negociadas 11.348 short tons (1 short ton é igual 2000 libras ou 907.18474 quilos), 54% maior que a média diária em agosto. Os preços alcançaram US$ 2,56 por short ton (st) em setembro, uma queda de 24% em relação a junho, com US$ 3,39/st.
 
Apesar do crescimento, o futuro do RGGI parece incerto. Espera-se um declínio ainda maior nos preços, indo em direção ao preço de reserva de leilão (US$ 1,86/st). Isto pode acabar por reduzir as atividades gerais deste mercado. Mas existem grandes expectativas com relação a aprovação de legislações que criam mercados de limite e comércio de emissões (‘cap-and-trade’) nos Estados Unidos, Austrália e Japão. Se isto se confirmar, a New Energy Finance estima que o mercado chegue a US$ 1,9 trilhões por ano em 2020.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 27/10/2009)


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