Máscaras de animais, longas vestes negras simbolizando a morte e peles sintéticas manchadas de tinta vermelha ocuparam a cidade de Paris neste fim de semana, deixando em choque milhares de pessoas que assistiam à marcha em protesto à indústria de peles.
Manifestantes de diversas organizações de defesa dos direitos animais fizeram uma caminhada pelas principais ruas e avenidas da capital francesa contra a amoral e cruel indústria de peles que mata cerca de 50 milhões de animais por ano para atender aos ditames da moda.
A caminhada foi interrompida apenas para uma intervenção de atores que encenaram as crueldades a que são submetidos os animais. Atrás da Praça da Ópera e em frente à praça do Palácio Real, muitos manifestantes denunciavam a indústria de extração de peles. “Fur is dead. La Fourrure c’est la mort“, dizia uma faixa preta com letras vermelhas que simulavam um aspecto de sangue.
Várias fundações e associações, incluindo Brigitte Bardot, 30 Millions d’amis, Stéphane Lamart, PETA Francia, One Voice e Droits des animaux, se manifestaram em defesa dos animais, nesse momento em que se aproximam as coleções de outono-inverno.
Segundo números divulgados pela One Voice, essa indústria cruel está crescendo, apesar do contexto econômico global marcado pela recessão. A demanda por peles ainda continua e, em alguns países como a China, a produção atingiu valores entre 20 e 25 milhões em 2010, ao passo que, no ano 2000, oscilava entre 8 e 10 milhões de peles.
No dia 16 de outubro, por um descuido da vigilância, cerca de 3 mil martas americanas presas em gaiolas numa fazenda em Saint-Cybranet, uma cidade do sudoeste da França na região de Aquitaine, conseguiram escapar da morte. A descoberta foi possível graças a um menino de 11 anos, que avisou a mãe enquanto se dirigiam à sua escola.
Esse centro de reprodução de visons funcionou durante 20 anos como antro de exploração e de produção voltada para a indústria de peles. E nunca havia sido alvo de protestos.
(Por Socorro Ruelas, ANDA, 26/10/2009)